O estoque do medicamento fator
VIII — que impede que hemofílicos sangrem até
morrer — está comprometido em São Paulo
e preocupa pacientes. Não há remédios
para retirar e há poucos para aplicações
nas quatro unidades da Capital que o distribuem — Hospital
Brigadeiro, Santa Casa, Hospital São Paulo e Hospital
das Clínicas. No Brigadeiro, por exemplo, que fica
na região central, a medicação estava
em falta ontem, segundo confirmação da Secretaria
Estadual da Saúde. O remédio, importado, só
é disponível no Brasil pelo Sistema Único
de Saúde (SUS).
O comerciante Arão Feldgos,
de 47 anos, conta que foi anteontem ao Hospital Brigadeiro
e não encontrou o remédio disponível
para retirada. “Aplicaram lá no hospital, mas
o médico estava preocupado porque havia poucas doses”.
De acordo com a secretaria, a entrega, que depende do Ministério
da Saúde, está atrasada em uma semana.
O ministério confirmou que
houve um problema no vôo que trazia o Fator VIII —
que é fabricado em Frankfurt, na Alemanha. A distribuição
deve ser normalizada hoje.Por ano, gasta-se cerca R$ 100 milhões
para importar o remédio, que não é produzido
no Brasil.
O sangue dos hemofílicos demora
para coagular. Qualquer machucado pode resultar numa grave
hemorragia. O Fator VIII, sintetizado a partir do sangue humano,
estanca o sangramento ao ser injetado.
A presidente do Centro dos Hemofílicos
de São Paulo (Chesp), Maria Cecília Magalhães
Pinto, diz que há no estado cerca de 2.000 hemofílicos.
Anvisa
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) suspendeu ontem a venda e fabricação
de todos os produtos da Univent Equipamentos Médicos
e da Cardiotec Eletromedicina, por falta de registro.
A Anvisa também suspendeu
sete equipamentos para cardíacos da DMS Brasil Informática.
As empresas Comaho e Paulistinha tiveram venda e distribuição
de seus produtos suspensas, e o lote nº 02H0909/4 do
soro Glicose 5%, da Farmace, deve ser retirado do mercado.
Teste detectou impurezas.
JAQUELINE
FALCÃO
do Diário de S.Paulo
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