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Enquanto
a Prefeitura de São Paulo inicia obras que pioram o
trânsito da cidade durante sua execução
— como os túneis sob a Avenida Faria Lima —,
cinco intervenções viárias iniciadas
estão paradas, atormentando a vida da população.
Diretamente, pelo menos 22 mil veículos por hora sofrem
com o impacto dessas obras paradas, além de comerciantes
e moradores das imediações.
Os motivos para as paralisações,
segundo a Prefeitura, vão da falta de dinheiro, passando
por problemas na Justiça até excesso de transtornos
no trânsito. Hoje, na cidade, há 20 obras viárias
em andamento.
Na região central, o Viaduto
Orlando Murgel, entre as avenidas Rio Branco e Rudge, foi
parcialmente interditado há oito meses e a obra parou.
O Viaduto Pacheco Chaves, entre o Ipiranga e a Vila Prudente,
teve o passeio de um dos lados todo quebrado há cerca
de três meses e só. Na Eusébio Matoso,
o recapeamento está incompleto há pelo menos
dois meses, parado por uma ação na Justiça.
Outra obra parada pela Justiça
é o pontilhão da Avenida Marechal Tito, na Zona
Leste, interditado em março depois de uma enchente.
E o Paulistão (Fura-Fila), que vai ligar o Parque Dom
Pedro, no Centro, ao Sacomã, na Zona Sul, também
é tocado a passos lentos.
As obras dos viadutos fazem parte
de um pacote de reformas lançado em abril de 2002 pela
prefeita Marta Suplicy. Na ocasião, nove viadutos foram
incluídos. A prefeita dizia que as obras durariam três
anos e as interdições seriam gradativas, para
não complicar o trânsito do Centro — dos
nove, seis são na região e ainda são
feitas obras no Complexo 25 de Março, no Parque Dom
Pedro, que tem três viadutos totalmente interditados
desde novembro.
O Orlando Murgel teve as obras iniciadas
e duas de suas seis faixas estão fechadas. “O
trânsito se afunila. Nos horários de pico, passar
por lá é terrível e fica pior quando
o trólebus quebra”, contou o técnico Felipe
Caprara, que todo dia passa de ônibus pelo viaduto.
A intervenção no Pacheco
Chaves também deixa a população insatisfeita.
Em setembro, a calçada ao lado da pista sentido Ipiranga
foi quebrada. A intenção era criar uma faixa
a mais para interditá-lo parcialmente e iniciar as
obras. Mas a idéia foi vetada pela Companhia de Engenharia
de Tráfego (CET), que não quer mais interdições
na região enquanto o Complexo 25 de Março não
for entregue.
Apesar de a área estar
sinalizada, a população não gosta do
que vê. “Passa a impressão de descaso da
Prefeitura, até porque não recebemos nenhuma
informação de quando será término
da obra”, reclamou o comerciante Francisco Silva.
VIVIANE RAYMUNDI
do Diário de S.Paulo
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