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cultura
14 /05/2004
Ônibus-biblioteca leva livro para população carente

Veridiana Novaes

Se o leitor não vai até o livro, o livro vai até o leitor, literalmente. Com o objetivo de levar o hábito da leitura à população carente, um ônibus–biblioteca lotado de livros, jornais e revistas percorre a periferia da capital paulista atendendo, em média, 300 pessoas por dia.

No percurso estão oito bairros que são visitados, semanalmente, incluindo sábados e domingos. Jardim Miriam, Grajaú, Jardim Iguatemi e Jardim Ângela são alguns deles. O roteiro é fixo e a biblioteca ambulante estaciona em avenidas e praças conhecidas onde a comunidade local pode pegar livros das 10 horas manhã até às 3 horas da tarde.

O serviço é coordenado pela Biblioteca Municipal Monteiro Lobato e, segundo o diretor da instituição, William Okubo, a idéia surgiu em 1936, com o escritor Mário de Andrade. Um carro Ford levava livros para a população e ficava parado nas principais praças da cidade. O serviço durou dez anos, mas acabou na época da ditadura militar. Em 1989, o serviço voltou a ativa na gestão de Luiza Erundina e, no lugar de carro, foram implantados ônibus para levar o acervo cultural. Entre 1990 e 1993 foram atendidos 40 bairros paulistanos.

“Durante um período, o serviço ficou um pouco abandonado. Quando os ônibus quebravam, ficavam parados por um tempo. Em 2002, o serviço foi reativado totalmente. Pequenas reformas foram feitas e hoje são quatro veículos que se revezam diariamente para que haja manutenção”, comenta Okubo.

A população tem a possibilidade de estar em contato com um acervo de três mil livros. São dispostos para empréstimo temas literários voltados para crianças e adultos, didáticos e paradidáticos. Entretanto, para a artesã Sandra Peres Guarieiro Mendes, usuária do serviço, a prefeitura deveria investir mais na compra de livros. “Faz 11 anos que eu uso o serviço e os livros continuam os mesmos”.

O livro levado pelo ônibus-biblioteca, às vezes, é a opção de lazer e cultura em lugares que não tem biblioteca pública ou outra opção de entretenimento. “O lazer aqui no Jardim Iguatemi é ser assaltado”, ironiza Sandra. No entanto, mesmo em lugares considerados perigosos, a população respeita o veiculo e preza muito pelo serviço. Até hoje, não houve nenhum caso de depredação dos transportes ou maus tratos aos funcionários do ônibus.

Além de empréstimo de livro, escritores e contadores de história fazem parte da programação do ônibus. “O que pretendemos fazer com esses eventos é estimular a leitura e, quem sabe, podemos até estar estimulando a escrita”, disse Okubo.

 
 
 

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