A gestão Marta Suplicy (PT)
realocou ontem R$ 3 milhões da implantação
do bilhete único no transporte para a divulgação
publicitária dele. O valor é 36% do que foi
gasto no ano nesse projeto pela Prefeitura de São Paulo
(R$ 8,3 milhões) ou 8,5% do total orçado para
2004 (R$ 35,3 milhões).
Com o bilhete único, o usuário
paga uma tarifa e, por duas horas, poderá fazer quantas
viagens quiser nos 15 mil veículos coletivos que prestam
serviço à prefeitura.
Ontem, após a publicação
do decreto, a secretária Sonia Franieck (Comunicação)
disse que é preciso ensinar o usuário a usar
o bilhete único e que haverá economia em publicidade
neste ano.
Com o remanejamento, o orçamento
de Marta para publicidade neste ano chega a R$ 42,2 milhões
--fato criticado por vereadores tucanos, animados com a iminente
candidatura de José Serra à sucessão
da petista.
Ricardo Montoro diz que a prefeitura
desrespeitará a lei 9.504/97 se gastar todo o valor
orçado para 2004, fato que se repetiu nos três
primeiros anos desta gestão. A punição,
nesse caso, é multa.
A lei impede que um prefeito gaste
em ano eleitoral, com publicidade, mais que a média
dos três anos anteriores de governo.
Em valores corrigidos pelo IPC/Fipe,
mesmo índice usado pelo Tribunal de Contas do Município,
Marta gastou uma média anual de R$ 42 milhões
desde 2001. Com o remanejamento de ontem, a prefeitura prevê
gastar neste ano R$ 42,2 milhões.
Para o também tucano Roberto
Tripoli, "Marta, que já passou Pitta (PSL) há
tempos, está chegando perto do gasto de Maluf (PP)".
Pelo cálculo corrigido
do vereador, Paulo Maluf (93-96) usou R$ 150,5 milhões
em publicidade e Celso Pitta (97-2000), R$ 94 milhões.
Contando com o remanejamento do bilhete único, a prefeitura
prevê gastar R$ 146,6 milhões em quatro anos
de governo.
FABIO SCHIVARTCHE
da Folha de S.Paulo
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