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A resposta para o aumento da desigualdade mostrada
na análise dos óbitos infantis em São
Paulo está na crise econômica e no desemprego,
diz o secretário da Saúde de São Paulo,
Gonzalo Vecina Neto. "Com certeza isso causa um desarranjo",
afirmou.
Segundo Vecina Neto, os programas
sociais da prefeitura, como o Renda Mínima, ainda não
surtiram efeito sobre indicadores de saúde, aponta
um estudo que está em andamento na secretaria. Não
seria, então, prova de que o problema é do setor
de saúde? "É muito difícil dizer
que tipo de estresse, de alimentação, de luta
pela vida têm essas pessoas", responde Vecina Neto,
lembrando de hábitos de vida sobre os quais a saúde
tem dificuldades de atuar.
Ainda segundo ele, o fato de ter aparentemente
caído o número de pessoas com planos de saúde
na cidade -ele infere o dado a partir dos números de
internações na rede privada- também sobrecarrega
o sistema de saúde e demonstra o grau de empobrecimento
da população.
Em 97, estimava-se que 52% dos paulistanos
tinham plano de saúde. "Há ainda a responsabilidade
do setor privado sobre esses resultados", afirma.
O antecessor de Vecina, Eduardo Jorge,
que ficou na pasta até março de 2003, disse,
na sexta-feira, que estava com um problema de saúde
na família. A ligação caiu e ele não
voltou a telefonar.
Vecina destacou ações
como a distribuição de passes de ônibus
para mulheres irem às consultas de pré-natal,
lei do vereador Carlos Bezerra Júnior (PSDB), que a
prefeita Marta Suplicy sancionou.
Segundo Ana Bara, coordenadora da
área de Saúde da Criança da secretaria,
hoje ainda 39% das mulheres, em média, fazem menos
consultas de pré-natal do que o necessário.
Em áreas de exclusão, o percentual chega a 44%.
Bara ressaltou o dado dos resultados
do Pacto de Atenção Básica, que mostra
que aumentou de 51,4% para 55,7% o percentual de mulheres
que fazem um mínimo de sete consultas, entre 2001 e
2002. "Mas há também a questão cultural.
A mulher não valoriza a consulta", afirma Vecina.
O projeto "Nascer Bem",
da secretaria municipal, que objetiva promover assistência
humanizada ao pré-natal, parto e ao recém-nascido,
teve um orçamento de R$ 645.331 em 2002. A despesa
empenhada, porém, foi de R$ 315.174, uma redução
de 51,2%.
Segundo Vecina, os recursos para o
setor vêm também de outras rubricas e não
é possível contabilizar quanto foi gasto.
As informações são da Folha de S. Paulo.
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