A Agência da Bacia Hidrográfica
do Alto Tietê estima serem necessários investimentos
de US$ 5 bilhões (cerca de R$ 15 bi) para, em 50 anos,
resolver o problema das enchentes na Grande São Paulo.
O valor seria suficiente para intervenções com
obras de drenagem nos diversos rios e córregos que
alimentam o Rio Tietê. “Esse dinheiro não
é o resultado de um cálculo exato, mas serve
como um indicativo do tamanho do problema que enfrentamos”,
explicou o diretor administrativo da entidade, Marco Antonio
Palermo.
Engenheiro civil e hidrólogo,
Palermo disse que, em média, são gastos US$
100 milhões por ano em projetos como construção
de piscinões, canalização de rios e córregos
e manutenção de sistemas de drenagens (como
galerias de águas pluviais). “Esse montante é
gasto pelo Governo do estado e as diversas prefeituras da
região metropolitana”, afirmou.
Palermo lembrou que já foram
investidos cerca de US$ 1 bilhão em piscinões
nas bacias do Tamanduateí, do Aricanduva e do Pirajussara.
“Imagine se forem feitos cálculos para as bacias
dos rios Pinheiros, Juqueri, Cabuçu e tantos outros
da região”, questionou.
Segundo Palermo, o sistema de drenagem
urbana das cidades da Grande São Paulo tem cerca de
50 anos. As galerias de águas pluviais são o
principal exemplo citado pelo engenheiro. Para ele, uma parte
pode ser recuperada, mas a maioria tem de sofrer grandes intervenções
para aumentar a capacidade.
Além das obras de drenagem
e contenção do excesso de água das chuvas,
Palermo afirmou ser necessário um planejamento de ocupação
do solo metropolitano que conserve as poucas várzeas
e áreas de mananciais ainda existentes: “Estudos
indicam que 90% do solo está impermeabilizado”.
E a tendência é piorar.
Palermo diz que a região ainda não consolidou
sua área ocupada. “Tem de haver uma gestão
metropolitana para resolver o problema das enchentes”,
afirmou o especialista.
DIMAS MARQUES
do Diário de S. Paulo
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