As chuvas que atingiram São Paulo no fim da tarde
e início da noite de ontem voltaram a produzir o cenário
de caos que se repete diariamente desde meados da semana passada.
Dessa vez, praticamente toda a cidade foi afetada.
Na zona leste, a força dos
ventos destelhou parte da estação de metrô
do Tatuapé, interrompendo o funcionamento da linha,
a mais movimentada da cidade, por toda a noite. Na oeste,
até a sede social do São Paulo ficou submersa.
A chuva causou inúmeras inundações
em quase todas as regiões e falta de energia, fechou
o aeroporto de Congonhas e interrompeu a circulação
de trens (o que afetou cerca de 100 mil pessoas).
Segundo o CGE (Centro de Gerenciamento
de Emergências da prefeitura), o temporal começou
às 16h45 na zona leste. Às 18h30 toda a cidade
já estava em estado de atenção (sob risco
de alagamento). Às 21h ainda chovia fraco na zona sul,
o estado geral de atenção permanecia, e a zona
oeste estava em estado de alerta, quando há registro
de inundação.
As regiões oeste e sul foram
as mais afetadas. Segundo o CGE, na estação
de Campo Limpo (que fica na divisa das duas áreas),
choveu um acumulado de 65 mm (1 mm é igual a 1 l de
água em 1 m2). O volume de ontem já é
30% da chuva média para toda a cidade no mês
(217 mm). No Butantã (zona oeste), choveu 53,8 mm.
Os córregos Tiquatira (zona
leste) e Pirajussara (zona oeste) transbordaram, arrastando
carros, inundando casas e ruas e deixando pessoas ilhadas
-a PM usou dois helicópteros para socorrer 11 pessoas.
No Pari (centro), um telhado desabou. Houve vítimas,
nenhuma delas grave.
Por causa do refluxo de um córrego
canalizado sob a avenida João Jorge Saad, a sede social
do São Paulo Futebol Clube, ao lado do estádio
do Morumbi (zona oeste), foi inundada. O prejuízo,
segundo a assessoria do clube, é de R$ 350 mil a R$
400 mil.
Do lado de fora do estádio,
muitos motoristas foram surpreendidos com a rapidez da inundação.
"Tirei o carro hoje da concessionária", lamentava
o empresário Ricardo Viscome, 32, que teve de guinchar
o seu Golf novo após ficar mais de uma hora ilhado.
Desde as 17h, trechos das zonas leste,
norte, central e sul da cidade (incluindo bairros como a Vila
Olímpia) ficaram sem energia. A previsão era
que a situação se normalizasse até o
fim da noite.
O pico de lentidão foi de 85
km às 19h, normal para o horário.
As informações são
da Folha de S. Paulo.
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