BRASÍLIA. Num encontro com
o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome,
Patrus Ananias, o bispo de Duque de Caxias, dom Mauro Morelli,
criticou a maneira como o Fome Zero funcionou no primeiro
ano do governo Lula. Dom Mauro, que integra o Conselho Nacional
de Segurança Alimentar (Consea), disse que o início
do Fome Zero foi apenas um ensaio.
"Foi um ensaio, um parto inicial, difícil, uma
busca. Conseguiu chegar a três milhões de famílias,
já é alguma coisa", disse Dom Mauro Morelli.
Para o bispo de Duque de Caxias, o programa ainda precisa
melhorar muito. Ele afirmou que a sociedade brasileira tem
que entrar para valer no projeto e os governos estaduais e
municipais também precisam aderir ao Fome Zero.
Dom Mauro, que já criticou a atuação
de José Graziano no comando do Fome Zero, elogiou a
indicação do deputado mineiro para o cargo de
ministro do Desenvolvimento Social.
"É um político respeitado e qualificado.
E a fome é uma questão essencialmente política.
Por isso, deve estar na agenda do governo não como
uma coisa secundária ou setorial".
O bispo disse a Patrus Ananias que precisa ser criado no
país um Sistema Brasileiro de Segurança Alimentar
Nutricional e Sustentável. Mas para isso é preciso
que o Congresso Nacional aprove uma lei orgânica para
esse setor.
O bispo aconselhou Patrus a não implementar na sua
pasta programas de outras áreas, como projetos na área
nutricional, um assunto para o Ministério da Saúde.
Dom Mauro entregou ao ministro um relatório do Fórum
Nacional de Segurança Alimentar sobre o Consea. Ele
afirmou que o conselho precisa ser mais bem estruturado.
As informações são
do jornal O Globo.
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