HOME | COLUNAS | SÓ SÃO PAULO | COMUNIDADE | CIDADÃO JORNALISTA | QUEM SOMOS
 
 

giro internacional
29/01/2004
França vai apoiar fundo antipobreza

O Brasil e a França devem assinar amanhã em Genebra, na Suíça, o primeiro documento oficial referente à criação do Fundo Internacional de Combate à Pobreza. A declaração, que vai dar apenas as linhas gerais do fundo, servirá de base para que os signatários e o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, consigam atrair novos parceiros.

A informação é de Marco Aurélio Garcia, assessor para assuntos internacionais de Lula: "Queremos incorporar na agenda as questões sociais". Para ele, a inclusão do tema poderá até facilitar a atuação do G20 (grupo de países em desenvolvimento) na Organização Mundial do Comércio.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou ontem a Índia -onde passou quatro dias- e rumou para Genebra (Suíça), onde tem encontros agendados com: o presidente francês, Jacques Chirac; o secretário-geral da ONU, Kofi Annan; dois ex-dirigentes do FMI, Michel Camdessus e Jacques de la Rosière; e empresários.

Garcia disse que, desde que Lula lançou a idéia, há um ano no Fórum Econômico Mundial, ainda não houve ação concreta. A declaração, ainda que vaga, pode ser o primeiro passo. O governo se animou pelo fato de o Reino Unido ser simpático à proposta.

O Brasil, afirma Garcia, não vai chegar à reunião com uma regra fechada sobre financiamento do fundo: "Isso poderá atrapalhar a adesão de outros países", disse. Há algumas propostas para custear a entidade, como a idéia de uma espécie de CPMF internacional proposta por Lula, que recebeu críticas de diversos organismos, como a União Européia.

Atração
O presidente Lula vai experimentar pela primeira vez, em Genebra, uma nova estratégia da sua política externa: a atração de investimentos por parte de grandes empresas estrangeiras.

A maior novidade é que o próprio Lula participará das reuniões com presidentes de multinacionais da Coréia, China e Europa. Os ministros Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) e Antonio Palocci Filho (Fazenda) também estarão presentes aos encontros. Celso Amorim (Relações Exteriores), Walfrido Mares Guia (Turismo) e Guido Mantega (Planejamento), que integraram a comitiva presidencial na Índia, estão escalados para a reunião.

Já foram confirmadas reuniões com executivos da Telefónica e da Nestlé. Lula participará de uma reunião plenária com representantes de 220 empresas, das quais 50 são multinacionais. A idéia de aproximar Lula de grandes empresários foi idealizada pelo Departamento de Promoção Comercial do Itamaraty. "A idéia é expor mais o Lula para que ele fale e ouça mais os grandes empresários", disse o embaixador Mário Vilalva, diretor do departamento.

Da mesma forma como fez na Índia, Lula dirá aos empresários que o Brasil é um país seguro para investimentos e que o governo busca parcerias com o setor privado para a construção de obras de infra-estrutura. A ferramenta para isso será a Parceria Público-Privada (PPP), que cria instrumentos para assegurar o cumprimento dos contratos. A PPP ainda aguarda aprovação do Congresso, mas isso deverá ocorrer em breve.


GABRIELA ATHIAS
Enviada especial da Folha de S. Paulo a Nova Déli

   
 
 
 

NOTÍCIAS ANTERIORES
29/01/2004 Governo quer critério social nas licitações
29/01/2004
101 mil vagas derrubam desemprego em SP
28/01/2004
Desemprego na Grande SP em 2003 sobe para 19,9%, o maior da história
28/01/2004
Petrobras limita preço de gás para ônibus
28/01/2004
Sorocaba: fornecimento de água só volta ao normal no domingo
28/01/2004
Defesa do consumidor: Lista pode ser dor de cabeça no casamento
28/01/2004
Tarso quer reforma logo: ‘Chega de teorização’
28/01/2004
OAB só aprova 28% dos cursos de direito do país
28/01/2004
Patrus diz que há poucos recursos para área social
28/01/2004
Propaganda contra Aids rebate Igreja Católica