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trabalho
29/01/2004
101 mil vagas derrubam desemprego em SP

Em dezembro, pelo terceiro mês consecutivo, o nível de desemprego recuou na região metropolitana de São Paulo. De 19,9%, em novembro, passou para 19,1% da PEA (População Economicamente Ativa), segundo pesquisa da Fundação Seade e do Dieese.

As instituições ressaltam que a diminuição na taxa deve-se a um "movimento típico para o período" (em referência ao aquecimento sazonal da economia no final de ano). O resultado de dezembro, no entanto, carrega alguns indicadores relevantes.

Primeiro o de que foram registradas 101 mil novas ocupações, o maior número absoluto de postos de trabalho gerados em um único período em toda a série da pesquisa, iniciada em 1985. Como houve a incorporação, no mês, de 27 mil pessoas à PEA -ou seja, aptas a trabalhar e/ou à procura de emprego-, tem-se como saldo um decréscimo de 74 mil pessoas no total de desempregados.

O segundo indicador a ser considerado foi um crescimento de 1,3% no nível de ocupação, o melhor para um dezembro na história -igualando-se à taxa observada em dezembro de 1986.

Esse aumento da ocupação teve como determinantes a abertura de 52 mil postos na indústria -que, a despeito disso, encerrou 2003 com saldo negativo, interrompendo uma série de quatro anos de expansão no número de ocupados. Aos postos abertos pela indústria no mês, somaram-se mais 40 mil vagas no comércio e 30 mil no setor de serviços. Mas no agregado de outros setores fecharam-se 21 mil vagas.

"Os ventos estão mudando? Não. É muito cedo para afirmar. Depende de continuidade de política monetária. Muitos postos tendem a desaparecer porque eram sazonais e somente ao final de janeiro será possível avaliar", sustenta Paula Montagner, gerente de análises da Fundação Seade.

A economista lembra que, em toda a série histórica, somente uma vez se registrou aumento de emprego na indústria e no setor de comércio em um mês de janeiro: em 1995, pós-plano Real.

Montagner argumenta que os dados de dezembro revelam um aspecto que classificou como "alentador", quando se observa a forma de inserção no mercado: o aumento em 32 mil pessoas do contingente de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, ao mesmo tempo em que o contingente daqueles sem carteira permaneceu relativamente estável (-2.000 postos). Ainda no mesmo mês, o número de empregados no setor público subiu 16 mil.

"Foram gerados postos de trabalho e postos de qualidade, como o do setor público e mesmo nas empresas. Estas, quando contratam com carteira assinada, é porque têm maiores expectativas em relação ao futuro", afirma.

Em dezembro também se verificou ampliação (em 30 mil) no número de autônomos, que tendem a ser postos de maior precariedade e com rendimentos médios menores -o rendimento médio de trabalhador assalariado, em novembro (a pesquisa de rendimentos guarda um mês de defasagem) era de R$ 984; o dos autônomos não superava os R$ 714.

Quando comparado com dezembro de 2002, a taxa de desemprego aumentou 3,2% -passando de 18,5% em 2002 para os atuais 19,1%.

Em dezembro de 2002, o número de desempregados na região chegava a 1,798 milhão. No mês passado, eram 1,892 milhão os desempregados.

JOSÉ ALAN DIAS
da Folha de S. Paulo

   
 
 
 

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