BRASÍLIA. O ministro do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, adotou o discurso
de alguns dos ministros que deixaram o governo e disse que
sua pasta tem poucos recursos para a manutenção
dos programas que eram coordenados pelas secretarias de Segurança
Alimentar e de Assistência e Promoção
Social. A declaração foi dada após um
encontro com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, horas
antes da posse de Patrus, no fim da tarde de ontem.
Patrus disse que a maior parte do orçamento está
vinculada a benefícios estabelecidos na Lei Orgânica
de Assistência Social ou à transferência
de renda e recursos para programas como o Bolsa Família,
que atende a 3,6 milhões de famílias.
"e fizermos um levantamento, veremos que outros ministérios
têm mais recursos do que o que estou assumindo. Mas
já estamos fazendo um levantamento dos projetos prioritários
para o governo. O desafio é maximizar recursos, estabelecer
projetos viáveis e produzir o máximo com o mínimo
de recursos", disse Patrus.
Fome Zero
Ele acrescentou que, além de garantir a continuidade
dos programas prioritários, como o Fome Zero e o Bolsa
Escola, o ministério quer garantir a transferência
de recursos e trabalhar com outras pastas para levar a política
de segurança alimentar aos grandes centros urbanos.
"Existem projetos importantes, que tanto José
Graziano (ex-ministro da Segurança Alimentar) quanto
Benedita (ex-ministra da Assistência e Social) e suas
equipes implantaram e que queremos continuar. O Fome Zero,
por exemplo, está bem implantado no interior, nas pequenas
cidades, mas o desafio é marcarmos uma presença
mais visível nas regiões metropolitanas",
disse o novo ministro.
Patrus elogiou Palocci após o encontro dos dois:
"O ministro tem grande sensibilidade social. Conversamos
sobre como potencializar os programas sociais e estamos determinados
a buscar uma ação integrada. O econômico
e o social se complementam".
Palocci afirmou que a equipe econômica vai fazer esforço
para que o trabalho do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva na área social tenha o melhor efeito possível.
Ele disse ainda que a nova pasta terá apoio integral.
Ao deixar o Ministério da Fazenda, o novo ministro
foi perguntado sobre a decisão tomada pelo Banco Central
de manter a taxa básica de juros em 16,5% ao ano, mas
evitou comentar o assunto:
"Aprendi na minha terra, lá no interior de Minas,
que as coisas ficam bem com cada macaco no seu galho".
As informações
são do jornal O Globo.
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