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27/01/2004
Inflação subirá em fevereiro

O consumidor brasileiro vai ter que conviver com preços mais salgados nas próximas semanas. Os analistas afirmam que os índices de inflação de janeiro e fevereiro ficarão um pouco acima do esperado e mais altos do que as taxas dos últimos meses. As pressões vêm de frutas e legumes, mensalidades escolares e do reajuste de tarifas de ônibus e de energia elétrica em algumas regiões do país. E, na alimentação, quando chegar ao varejo a queda dos hortaliças já registrada no atacado, será a vez do feijão e do café pesarem na conta do supermercado.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, usado nas metas do governo), que ficou em 0,34% em novembro e 0,52% em dezembro, pode subir para 0,70% a 0,80% neste e no próximo mês, prevêem os economistas. Mas, para os analistas, longe de ser uma ameaça ao cumprimento da meta de inflação deste ano, as altas recentes são sazonais.

"Os preços de frutas e legumes tiveram alta sazonal e vão cair em fevereiro. E os reajustes na educação já eram esperados, porque as escolas corrigem a mensalidade no começo do ano", afirma Alexandre Sant’Anna, da administradora de recursos ARX Capital.

Por isso, ele acredita que, mais do que se preocupar com as altas recentes da inflação no varejo, o Banco Central (BC) levou em conta os indicadores de melhora na atividade econômica para não reduzir os juros básicos do atual patamar de 16,5% ao ano, em sua reunião mensal na semana passada. Para Sant’Anna, o BC está preocupado com a inflação futura, e não com os índices atuais.

Reajustes
Élson Teles, economista da Fides Asset Management, acrescenta que alguns reajustes no atacado podem ter acendido o sinal de alerta. Os preços do aço subiram de 8% a 10% e os de resinas plásticas, entre 10% e 15%. Ambos são insumos que têm forte impacto na cadeia produtiva de quase toda a indústria.

"No mês passado, o BC frisou na ata do Copom (Comitê de Política Monetária, que decide a taxa de juros) que não iria sancionar reajustes em setores que liderassem a retomada da atividade econômica", diz Teles.

Ele explica que a recuperação do consumo costuma ocorrer primeiro no setor de bens duráveis, que usa aço e resinas plásticas na produção. E acrescenta que sondagem feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) constatou que 39% das indústrias pretendiam elevar preços, enquanto pesquisa da Federação do Comércio de São Paulo mostrou o consumidor mais otimista, o que pode pressionar a inflação.

Mas, enquanto o BC, na opinião dos analistas, se antecipou a pressões futuras na inflação, o consumidor já está sentindo no bolso o peso das recentes altas nos preços, mesmo que provocadas por fatores sazonais. O Instituto Fecomércio-RJ informou ontem que o custo das cestas de compras subiu 0,68% na Região Metropolitana do Rio na terceira semana de janeiro. As altas mais fortes foram nos preços de tomate (8,98%), cenoura (7,66%) e batata (5%).

A expectativa agora é de que o custo de legumes, frutas e verduras se estabilize. Mas a inflação de fevereiro terá outros dois vilões: o feijão preto, que já subiu 14% no mercado atacadista, e o café, que encareceu 11,5% com a alta das cotações no mercado internacional. O feijão, que tem peso maior na inflação, era vendido nos supermercados a menos de R$ 2, o tipo 1, até a primeira quinzena deste mês. Agora, a marca Combrasil varia de R$ 2,10 a R$ 2,40.

Segundo o presidente da Bolsa de Alimentos do Rio, José de Sousa, o fardo de 30 quilos do produto subiu de R$ 42 para R$ 48, em média, este mês, devido ao atraso na colheita com as chuvas freqüentes nas zonas produtoras. Os repasses para o consumidor serão graduais.

"Mas a compensação para o consumidor poderá ser o arroz, que parou de subir com a proximidade da safra e a chegada de novas remessas importadas — diz José de Souza".

Atenta à diferença de preço entre os supermercados, a dona de casa Marilene Chaves não hesitou em comprar 15 quilos de arroz no Carrefour, na semana passada.

"Gasto 20 quilos de arroz por mês. Com as ofertas, economizo um pouquinho".

Nas previsões da ARX Capital, o grupo alimentação deve subir 0,80% no IPCA de janeiro e 0,30%, em fevereiro. O economista Alexandre Sant’Anna afirma que carnes e leite vão ajudar na queda dos alimentos. Na coleta de preços feita pela ARX Capital, esses itens já caíram mais de 6%. Os números da Bolsa de Alimentos confirmam a tendência: a cotação da carne caiu ontem para R$ 4,20, uma queda de 13% em relação ao início do mês, graças à melhoria no pasto após as chuvas.


As informações são do jornal O Globo.

   
 
 
 

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