A Unesp (Universidade Estadual Paulista) inaugura no próximo ano um
novo campus em São Paulo. Será na Barra Funda,
zona oeste da capital, e contará com três cursos
de graduação -matemática, física
e química-, que oferecerão 200 vagas.
Segundo o reitor da Unesp, José Carlos Souza Trindade,
o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social) liberou em dezembro R$ 29,82 milhões destinados
à expansão da universidade. Desses, R$ 12 milhões
serão usados exclusivamente na construção
do novo campus.
A universidade já dispõe do terreno de 24 mil
m2, ao lado da estação de metrô Barra
Funda. A idéia, de acordo com o reitor, é agrupar
no local o Instituto de Física Teórica, que
só possui cursos de pós-graduação,
e o Instituto de Artes. Eles funcionam hoje nos Jardins (zona
oeste) e no Ipiranga (zona sul), respectivamente. Os novos
cursos serão ligados ao Instituto de Física
Teórica.
O restante dos recursos -R$ 17,82 milhões- será
utilizado para melhorias e criação de novos
cursos nos campi de Franca e Rio Claro, interior de São
Paulo. De acordo com Trindade, a Unesp vai injetar mais R$
5,18 milhões, do seu próprio orçamento,
nas obras. "Estamos há pelo menos três anos
na expectativa da liberação desse dinheiro",
diz o reitor. O orçamento de 2003 da universidade foi
de R$ 680,67 milhões.
Segundo ele, é possível que o projeto original
do campus da Barra Funda sofra alterações e
integre novas unidades. "O projeto é de cinco
anos atrás. É preciso adaptá-lo à
realidade atual."
Uma das reivindicações dos alunos é
a construção de um bloco de moradia. A Unesp
ainda não decidiu se irá construí-lo.
Segundo Roberta Ninin, 20, quartanista do curso de educação
artística, do Instituto de Artes, há pelo menos
dez estudantes da sua sala esperando vaga na moradia estudantil.
Além de educação artística, o
instituto abriga os cursos de artes plásticas e música.
Sem um prédio apropriado para a moradia dos alunos,
a Unesp aluga duas casas, uma para os homens e outra para
as mulheres, próximas ao instituto, com capacidade
para 20 pessoas.
Ninin conta que, em 2002, teve de morar com outras três
amigas na garagem da moradia feminina por falta de vagas.
A estudante é de Bebedouro (SP).
"Muitos alunos nem entram na fila de espera porque sabem
que não vão conseguir vaga na moradia",
afirma a estudante, que faz parte do diretório acadêmico
de educação artística.
Nos últimos dois anos, a Unesp recebeu R$ 82,2 milhões
do governo do Estado também para serem investidos em
expansão. Foram criadas 1.625 novas vagas, 345 em novas
unidades no interior que não dispunham de ensino superior
público gratuito.
Além disso, a universidade passou a oferecer o curso
de pedagogia para 4.187 professores do ensino público
infantil e fundamental.
CLÁUDIA COLLUCCI
da Folha de S. Paulo
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