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convocação extraordinária
26/01/2004
Nenhum projeto foi votado até agora

O Congresso Nacional entra hoje na segunda semana de trabalho de 2004 com a expectativa de que os 15 dias que restam da convocação extraordinária sejam mais produtivos que os cinco primeiros. Até agora, nenhum projeto foi votado no plenário do Senado e pouco passou pelo da Câmara dos Deputados.

Espera-se que a presença dos parlamentares seja maior a partir de hoje. Na segunda-feira passada, só 145 dos 513 deputados federais estavam em Brasília. E, apesar de receber dois salários extras pela convocação, 12 deputados ainda não apareceram na Câmara.

Os deputados só perdem o direito de receber a verba extra se faltarem sem justificativa a mais de dois terços das sessões.

Esse grupo de faltosos inclui quatro deputados, além de um senador, que estavam estavam viajando para a Europa e só hoje devem voltar a seus gabinetes.
Os goianos Barbosa Neto (PSB) e Carlos Alberto Leréia (PSDB) passaram a última semana entre Espanha, França e Alemanha, em missão oficial paga pela Câmara, para conhecer o trem-bala.

O senador Paulo Octávio e o deputado José Roberto Arruda (ambos do PFL-DF) decidiram esticar suas férias. Mesmo não fazendo parte da missão, os dois se juntaram à comitiva brasileira que visitou os três países.

O deputado Maurício Rands (PT-PE) já tinha palestras marcadas numa universidade da Inglaterra e preferiu não cancelar os planos por causa da convocação.
Rands é relator da PEC paralela (proposta de emenda constitucional que atenua alguns pontos da reforma da Previdência), justamente a principal pauta da convocação extraordinária.

"Se a convocação tivesse sido confirmada com mais antecedência, eu não teria viajado", disse o deputado petista, que chegou ao Brasil na sexta-feira.

Ao ser questionado se sua presença na Europa era mais importante que no Congresso, o deputado Barbosa Neto tergiversou. "Se você me disser que acha que isso é importante, eu volto hoje mesmo para o Brasil. Minha imagem é tudo", afirmou ele, em Paris, na quinta-feira. Em seguida, respondeu: "Em nada a minha ausência atrapalha o processo legislativo. A primeira semana é política. Só na segunda é que as coisas começam a acontecer".

A expedição à Europa, encabeçada pelos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PMDB), foi conhecer a tecnologia do trem de alta velocidade para estudar a viabilidade de construir uma linha nos 194 km entre Brasília e Goiânia.

"Minha viagem estava planejada desde antes de a convocação ter sido confirmada. Mesmo que não houvesse essa missão brasileira, eu não voltaria para a primeira semana de trabalho", afirmou o deputado Arruda, que encontrou o grupo na Espanha.


RICARDO WESTIN
da Folha de S. Paulo

   
 
 
 

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