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educação
27/01/2004
Mesmo criticando medida, Tarso agora diz que vai apoiar cotas

BRASÍLIA. O novo ministro da Educação, Tarso Genro, disse ontem que o governo vai adotar o sistema de cotas para negros nas universidades, apesar de achá-las insuficientes para resolver a discriminação. Para o ministro, as cotas são limitadas por terem “alcance curto”.

Em entrevista ao GLOBO, publicada no domingo, o ministro dissera que as ações afirmativas — como são chamadas as políticas para promover a igualdade racial — não necessariamente levam às cotas. Além disso, ressaltou a necessidade de adoção de políticas direcionadas aos mais pobres, não apenas aos negros. Tarso ressaltou que a questão racial no Brasil não pode ser dissociada da social.

Ontem, na sua primeira entrevista no prédio do Ministério da Educação, depois de conversar com o ex-ministro Cristovam Buarque, Tarso voltou a dizer que apenas esse tipo de ação não é suficiente, mas que mesmo assim ela deve ser implementada pelo governo.

"Tenho a mesma opinião de Cristovam. Essas políticas devem ser implementadas, mas têm alcance curto, porque a questão racial no Brasil está fundida com a questão social. Um grande processo de inclusão é que vai resolver em definitivo essa questão", afirmou.

Diálogo
O atual e o ex-ministro da Educação conversaram ontem à tarde por cerca de meia hora. Cristovam pediu a Tarso que encaminhasse em breve o projeto que cria a avaliação das universidades, já pronto no ministério.

O novo ministro assume a pasta hoje, numa cerimônia de transmissão de cargo no próprio ministério. No entanto, ainda não começou a escolher os integrantes das secretarias. Os antigos secretários puseram ontem seus cargos à disposição, mas apenas o chefe de gabinete de Cristovam e o chefe da Secretaria de Comunicação deixam imediatamente o ministério. Os demais esperam até que Tarso aponte a equipe para que se faça a transição.

Ao sair ontem do ministério, Tarso não quis tratar de outros assuntos da pasta. Alegou que precisava primeiro tomar conhecimento dos projetos. Elogiou Cristovam e pediu que ele continuasse dando apoio à área da educação.

"É uma tarefa muito difícil substitui-lo, mas tenho absoluta certeza de que terei sua colaboração para somar em benefício do país", disse.

Tarso convidou Cristovam para representar o Brasil num seminário da comunidade universitária internacional em Cuba, no início de fevereiro. Alegou que não poderia viajar, por estar assumindo o ministério, e Cristovam aceitou.


LISANDRA PARAGUASSÚ
do jornal O Globo

   
 
 
 

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