BRASÍLIA. As ações
da fiscalização do Ministério do Trabalho
libertaram no ano passado 4.932 trabalhadores submetidos a
condições análogas à escravidão.
No ano anterior, 2.306 foram retirados destas mesmas condições
de trabalho pelas ações dos auditores fiscais.
Em todo o país, existem 2.871 auditores do trabalho
que fiscalizam desde o cumprimento da legislação
até as condições de trabalho.
De acordo com levantamento do Ministério do Trabalho,
as principais ações ocorreram nos estados do
Pará, Mato Grosso e Maranhão. A secretária
de Inspeção do Trabalho, Ruth Vilela, que ontem
foi a Unaí acompanhar a apuração do assassinatos
dos fiscais, atribui o crescimento do número de trabalhadores
resgatados da escravidão ao reforço na fiscalização.
Também aumentou o volume de denúncias.
Rio de Janeiro
Segundo Ruth, a pecuária é o setor
agrícola em que se concentra a maior parte das denúncias.
O Ministério do Trabalho também constatou casos
de trabalho escravo em estados que não costumavam freqüentar
os registros oficiais. Foram denunciadas atuações
de fazendeiros em Tocantins, Rondônia, Bahia e Rio de
Janeiro.
Para 2004, o governo contará com R$ 3,9 milhões
para custear as ações de fiscalização
em todo o país. São R$ 2,8 milhões a
mais do que o disponível no ano anterior.
Nas operações de fiscalização,
os técnicos do Ministério do Trabalho chegaram
a encontrar, em uma só área em Mato Grosso,
272 trabalhadores submetidos a trabalho escravo. A empresa
dona da área foi autuada e obrigada a pagar indenização
aos trabalhadores. No Pará, em uma única fazenda
foram libertados 261 trabalhadores.
GERALDA DOCA
do jornal O Globo
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