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A Prefeitura de São Paulo
gastou em 2003 com a construção dos Centros
Educacionais Unificados (CEUs) mais de 14 vezes o que investiu
em obras de escolas tradicionais. O gasto para erguer os “escolões”
também cresceu quase 2,5 vezes de 2002 para 2003, enquanto
a verba destinada a obras de centros de educação
infantil (CEIs ou creches diretas), escolas de educação
infantil (Emeis) e de ensino fundamental (Emefs) caiu de R$
43,9 milhões (2002) para R$ 18,1 milhões (2003).
No total, a Prefeitura investiu R$
260,8 milhões na construção dos CEUs
em 2003, mais que o dobro do que estava no orçamento
2003 aprovado pela Câmara Municipal, que era R$ 126,5
milhões, e 2,5 vezes o que gastou em 2002 (R$ 105,8
milhões). O mesmo orçamento somava R$ 54,2 milhões
para as escolas tradicionais, mas pouco mais de um terço
foi empenhado nos projetos.
Desde 2002, quando os CEUs começaram
a ser construídos, a Prefeitura investiu R$ 366,6 milhões
nas obras. Até 2003, 17 escolões foram inaugurados,
atendendo 40.800 crianças.
Com as escolas tradicionais, os gastos
em três anos do governo de Marta Suplicy foram bem menores.
De 2001 a 2003, foram R$ 117,7 milhões com escolas
tradicionais — nesse período, 65 unidades foram
inauguradas. Juntas, elas atendem 33.700 crianças.
Os gastos com Educação
têm sido uma das principais críticas da oposição
à Marta Suplicy. Para o vereador Ricardo Montoro (PSDB),
responsável pelo levantamento dos valores, o aumento
da dotação para os CEUs é puro “marketing
político”, afirmou. Para ele, a cidade precisa
de mais escolas menores, mais rápidas e baratas de
construir. Ele estima que haja na Capital 170 mil crianças
sem vagas.
Na semana passada, a Prefeitura divulgou
os gastos com Educação em 2003. O índice
alcançou 32,8% do orçamento. Legalmente, o município
precisa investir 31%. Para Montoro, porém, o investimento
em Educação da Prefeitura atingiu apenas 28,7%.
“Foram gastos R$ 350 milhões com projetos que
são vedados pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB)”,
disse o vereador. Entre os projetos, Montoro cita os da chamada
educação inclusiva, como os programas sociais.
Resposta
A secretária de Educação, Maria Aparecida
Perez, não se manifestou sobre as declarações
e os números. Em nota, disse que “nenhuma prefeitura
do país gastou em educação o que foi
investido em São Paulo”.
VIVIANE RAYMUNDI
do Diário de S. Paulo
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