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A Prefeitura
de São Paulo pretende anunciar hoje o perdão
do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) dos imóveis
localizados em vias atingidas pelas enchentes dos últimos
dias, a partir de levantamento da administração.
O anúncio deve ser feito pela
prefeita Marta Suplicy. Uma comissão redigirá
um projeto de lei, que em seguida irá a votação
na Câmara Municipal. Ainda não está definido
o período abrangido pelo perdão, nem o que acontecerá
com quem foi atingido pelas águas, mas já pagou
o tributo.
As zonas Leste e Sul foram as mais
afetadas pelas enchentes, com os transbordamentos dos córregos
Aricanduva, Tiquatira e Pirajussara. Entre os bairros atingidos
estão áreas mais populares, como o Campo Limpo,
mas também o Morumbi, região nobre da Capital.
A decisão de Marta será
anunciada dois dias depois de a prefeita bater boca com moradora
da área do Pirajussara, que disse pagar cerca de R$
5.000 de IPTU por um imóvel que foi invadido pelas
águas.
As chuvas de ontem
Duas horas de chuva foram suficientes para deixar a Zona Leste
embaixo d’água no final da tarde de ontem. Quase
toda a extensão da Avenida Aricanduva foi tomada. Ainda
na Zona Leste, a chuva castigou a região do Córrego
Tiquatira, na Penha, parou trens e cortou a luz de vários
bairros.
A tempestade também atingiu,
mas com menor intensidade, o Ipiranga (Zona Sul), a Vila Maria
(Zona Norte), além de outros bairros da Zona Leste,
como Mooca, Vila Prudente e São Mateus. Em toda a cidade,
foram 33 pontos de alagamentos, três árvores
caídas e dois desabamentos de casas, mas não
houve feridos. A falta de luz atingiu parte dos bairros de
Vila Matilde, Carrão, Belenzinho, Brás, Penha,
Vila Maria, Lapa e Cambuci.
Mas a enchente que mais provocou pânico
foi a da Aricanduva, que invadiu casas. A água atingiu
até 1,5 metro de altura em algumas residências.
“Moro aqui há oito anos e nunca vi uma cheia
como esta”, disse a dona de casa Sandra Vieira da Cunha,
de 32 anos, que ficou presa dentro da própria casa,
na Aricanduva, a 400 metros de um piscinão.
Há um ano, a prefeita
Marta Suplicy garantiu que o transbordamento do córrego
não iria mais ocorrer. Na época, a Prefeitura
havia construído três piscinões na região.
Hoje, existem oito em toda bacia do córrego. “Ela
disse isso se referindo à média histórica
de chuva para o Aricanduva, que é de até 65
mm”, disse o secretário de Infra-Estrutura Urbana,
Roberto Bortolotto. Ontem, em pouco mais de 2 horas, choveu
no Aricanduva 73,3 mm, segundo o Centro de Gerenciamento de
Emergências, da Prefeitura.
ANA MARIA
BARBOUR
VIVIANE RAYMUNDI
do Diário de S. Paulo
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