Durante visitas feitas ontem a
locais atingidos pela chuva de segunda-feira, o governador
Geraldo Alckmin e a prefeita Marta Suplicy se eximiram de
responsabilidade pelas enchentes. Cada um disse que faz o
seu dever. Acabou ficando com a natureza a culpa pelo transbordamento
dos córregos. “Estamos trabalhando no rebaixamento
da calha do Rio Tietê e construindo piscinões”,
afirmou Alckmin, ao inspecionar a estação Tatuapé
do Metrô, que foi destelhada.
Ao visitar a região do córrego
do Pirajussara, a mais castigada na segunda, Marta culpou
São Pedro. “As chuvas foram muito além
do que São Paulo recebeu nos últimos 25 anos.
Em 1h30 choveu o equivalente a oito dias e aí não
tem milagre que se possa fazer”, comentou, referindo-se
à enchente de sexta-feira na Vila Prudente. Ela pediu
ajuda à população para doar roupas e
mantimentos aos desabrigados da chuva.
“Choveu demais e de forma atípica
na segunda”, completou o secretário de Infra-Estrutura
Urbana, Roberto Bortolotto. Ele negou a falta de investimentos
na canalização de córregos e construção
de piscinões. O município, diz, investe por
ano R$ 130 milhões na área. Estado e Prefeitura
constroem em parceria piscinão na região do
Pirajussara.
O meteorologista Leandro Della Vedova,
da Climatempo, disse que pancadas de chuva são comuns
no verão. São Paulo é uma “ilha
de calor” que favorece a formação de nuvens
carregadas. “O volume de água foi grande, mas
é um evento típico desta época”,
afirmou.
Marta criticou os ex-prefeitos
Paulo Maluf e Celso Pitta. “Em dois anos e meio, construímos
sete piscinões, enquanto em oito anos Maluf e Pitta
construíram também sete. Aqui (no Pirajussara),
precisaríamos de nove piscinões, estamos fazendo
dois e vamos ver se conseguimos recursos para fazer mais dois
ou três.”
As informações são
do Diário de S. Paulo.
|