A Prefeitura de São Paulo gastou cerca de R$
5 milhões na propaganda do primeiro CEU (Centro Educacional
Unificado), inaugurado em agosto do ano passado. O valor é
investigado pelo Ministério Público Estadual.
"Essa quantia nos foi passada pela prefeitura e pelo
Tribunal de Contas do Município", informa o promotor
Wallace Paiva Martins Júnior.
O valor, que não foi confirmado
e nem desmentido pela Secretaria Municipal da Comunicação,
corresponde a quase 30% do que a prefeitura pagou na construção
de cada unidade do CEU.
Na época, a administração
publicou anúncios de quatro páginas inteiras
em jornais, além de veicular propagandas na televisão
e no rádio.
Foram usadas imagens do CEU Jambeiro
-inaugurado em 1º de agosto em Guaianazes (zona leste
da capital)- e dos outros 20 escolões que estavam em
construção. Os anúncios chamavam os CEUs
de "o maior programa de educação já
feito no país".
Segundo Martins Júnior, a Promotoria
da Justiça da Cidadania estuda a "eventual irregularidade"
do custo da publicidade. O Ministério Público
vai avaliar se o gasto era realmente necessário.
Caso fique comprovada a ilegalidade,
os promotores poderão propor uma ação
de responsabilidade por improbidade administrativa contra
os responsáveis pela veiculação da campanha.
Se concluírem que não houve nada de ilegal,
o caso será arquivado.
Contas
Levantamento feito pela equipe do vereador Roberto Tripoli
(PSDB) mostra que, com o dinheiro gasto com os anúncios,
a prefeitura poderia ter construído pelo menos sete
creches, de R$ 700 mil cada -beneficiando 1.050 crianças.
Cada CEU tem cerca de 13 mil m2 e
atende a 2.400 alunos. Já foram inaugurados 17 escolões,
desde agosto. Outros três devem ser inaugurados em março.
Apenas um ainda está em construção. Segundo
a Secretaria Municipal da Educação, cada unidade
abriga duas creches, uma escola de educação
infantil e uma de educação fundamental.
Em agosto do ano passado, a prefeitura
disse à Folha que não era possível divulgar
os gastos com a publicidade porque a campanha de divulgação
ainda estava em andamento.
Em relação aos jornais,
a prefeitura diz que não pode informar o preço
porque isso revelaria as negociações de descontos
realizadas com os veículos.
As informações são da Folha de S. Paulo.
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