|
A prefeita
Marta Suplicy lançou ontem de manhã, durante
visita de inspeção à região do
Rio Aricanduva, na Zona Leste da Capital, um movimento de
solidariedade em benefício da população
atingida pelas fortes chuvas que atingiram a cidade nos últimos
dias. A região visitada pela prefeita foi inundada
na tarde de quarta-feira, deixando famílias desabrigadas.
A campanha foi batizada de “SOS
Cidade”. “As pessoas não têm roupa,
comida, fogão, panela. Cobertor, cesta básica
e colchão nós podemos dar”, disse Marta,
apelando para que as pessoas façam doações
de objetos que a Prefeitura não teria como repor, como
roupas, eletrodomésticos e móveis.
“Tem de fazer uma rede de solidariedade
na cidade. Não é só a Prefeitura que
pode fazer”, declarou a prefeita. “Quem tem esses
objetos em casa em boas condições e quer doar
deve procurar as subprefeituras para entregá-los”,
disse Marta. As 31 subprefeituras da Capital vão receber
os donativos.
As regiões indicadas pela Defesa
Civil como as mais afetadas e que acumulam maiores prejuízos
são: Aricanduva, Vila Prudente, São Mateus,
São Miguel, Itaquera, Guaianazes, Mooca (todos na Zona
Leste), Butantã (Zona Oeste) e Ipiranga (Zona Sul).
Desde a última sexta-feira, a Secretaria Municipal
de Assistência Social socorreu 4.305 famílias
desabrigadas, totalizando cerca de 14 mil pessoas na cidade,
de acordo com a Defesa Civil.
Esse número de famílias
atendidas — em ocorrências como riscos de desabamentos,
deslizamentos e enchentes — é sete vezes maior
do que o de socorros prestados nos meses de janeiro (517 famílias)
e fevereiro (72 famílias) do ano passado. Segundo a
assessoria da Prefeitura, foram entregues somente nesta semana
7.289 colchões, 7 mil cobertores e 3.391 cestas básicas
para auxiliar os primeiros necessitados.
Empresários
De acordo com a Prefeitura, logo após o apelo de Marta,
grandes empresários anunciaram espontaneamente o desejo
de aderir ao movimento.
O primeiro a participar foi o presidente
da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), Raimundo
Magliano Filho. Dois cestões foram montados em frente
à sede da entidade, na rua XV de Novembro, na região
central da Capital, para receber cestas básicas, roupas,
cobertores, colchões e até materiais de construção
civil. A entidade também quer estimular as cerca de
cem corretoras de valores que operam na Bolsa a se engajarem
na campanha.
A Bovespa prometeu entregar hoje um
lote de material de construção civil (areia,
tijolos e telhas, entre outros objetos) aos moradores desabrigados
da região do rio Aricanduva na tentativa de ajudá-los
na reconstrução de suas moradias. O empresário
Reinaldo Abuchan, dono da Engeform, também anunciou
a doação de 60 beliches, 60 fardos de roupas,
10 geladeiras novas e 10 usadas, 10 fogões novos e
outros seis usados aos moradores do Aricanduva e também
da região do córrego Pirajussara, na Zona Oeste.
A Marabraz foi outra companhia que se sensibilizou com a situação
dos desabrigados da cidade.
Balanço
De acordo com um balanço de donativos divulgado no
final da tarde de ontem pela assessoria da Prefeitura, a empresa
pretende doar dois caminhões com móveis e colchões
às vítimas.
Moradores da região da Vila
Prudente vão contar ainda com o apoio da construtora
OAS, que anunciou a doação 10 geladeiras novas.
O Carrefour ofereceu 100 cestas básicas,
20 dúzias de caixas de leite, batatas e cebolas. O
Hospital Tatuapé ofereceu 20 colchões e 35 cobertores.
LUÍSA ALCALDE
do Diário de S. Paulo
|