Lívia
Cortizo
Para disciplinar o comércio ambulante do centro da
cidade, a organização não-governamental
(ONG) Viva o Centro encaminhou à prefeitura, há
15 dias, uma proposta solicitando a criação
de mercados populares de compras. O objetivo da iniciativa
é a retirada do comércio ambulante das ruas
onde se localizam os patrimônios históricos de
São Paulo.
Segundo a assessoria de imprensa da ONG, algumas leis para
disciplinar o uso do espaço público na cidade
já existiam, mas não tinham sido colocadas em
prática. No entanto, nos últimos anos, a prefeitura
providenciou os dispositivos necessários para que essas
normas pudessem ser cumpridas. Hoje, essas leis foram regularizadas
para que possam ser exercidas.
Com isso, a Viva o Centro sugeriu à prefeitura a proibição
de camelôs nas ruas e praças dos distritos Sé
e República. E de acordo com o presidente da diretoria
executiva da ONG, Marco Antônio Ramos de Almeida, a
proposta tem tudo para dar certo, pois a prefeitura está
mais aparelhada e com mais instrumentos. “Apenas tem
de ficar claro para os ambulantes que o comércio de
rua não é permitido. Entretanto, não
pode deixar de existir uma alternativa para eles”, afirma.
O presidente alega que não existem pontos positivos
na atividade de camelô. “Eles estão privatizando
o espaço público e exercendo um comércio
de mercadorias contrabandeadas. Além disso, criam um
ambiente de tumulto e inviabilizam o turismo, que é
uma fonte de renda”. Ele acrescenta que os ambulantes
ocupam o lugar dos pedestres. “Os transeuntes ficam
sem espaço para circularem, tendo que dividir as ruas
com os carros e ônibus”.
Já a vendedora ambulante, que não quis se identificar,
não acredita que a proposta vai dar certo. “É
sempre a mesma história. Dizem que vão tirar
a gente daqui, mas nunca se resolve nada. Além disso,
se um governo faz alguma coisa que melhore o nosso trabalho
de alguma forma, o mandato seguinte não dá continuidade
para que o anterior não seja lembrado depois”.
Sua barraca fica em frente à Catedral da Sé,
no centro da cidade. “Eu nunca sei o dia de amanhã.
Se chegar algum fiscal aqui, eu coloco minha barraca embaixo
do braço e saio correndo”, afirma ela, indignada.
Segundo a Subprefeitura da Sé, a proposta já
foi analisada e a Guarda Civil Metropolitana, por meio da
Secretaria de Segurança Pública, está
se reunindo, hoje, com os ambulantes para decidirem o local
que estes ficarão a partir de agora. De acordo com
a subprefeitura, os vendedores devem ficar concentrados em
lugares fechados para não mais impedir o turismo do
centro e o movimento das ruas.
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