O fim da usina de compostagem da
Vila Leopoldina (zona oeste) deve chegar mais cedo que o programado.
Ontem, a Prefeitura de São Paulo anunciou que em vez
de 2005, a desativação do equipamento ocorrerá
em setembro --às vésperas das eleições.
Embora a prefeita Marta Suplicy (PT)
tenha dito que estava "feliz de uma área tão
degradada e que trouxe tantos aborrecimentos para a população
poder se tornar um parque", há pouco mais de um
mês, a posição da administração
municipal era diferente.
Em entrevista à Folha, o diretor
do Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana), Fabio Pierdomenico,
afirmou, em março, que o fechamento poderia trazer
o colapso ao sistema de limpeza.
A mudança de posição
pode ser atribuída a dois fatores: a insatisfação
crescente dos vizinhos da usina e a pressão da Cetesb.
No início do ano, o órgão
constatou que as melhorias feitas em 2003 para minimizar o
mau cheiro da compostagem (transformação do
lixo orgânico em adubo), principal reclamação,
não tinham tido efeito. A Secretaria de Estado do Meio
Ambiente estava se preparando para interditar o local.
A presidente do Movimento Popular
da Vila Leopoldina, Gláucia Mendonça Prata,
47, avalia que, após quase 12 anos de briga, os moradores
--que fizeram um abaixo-assinado com quase dez mil adesões--
obtiveram a tão esperada vitória.
Segundo a Secretaria de Serviços
e Obras (SSO), a antecipação da desativação
foi decidida porque estudos mostraram a viabilidade econômica
e ambiental.
Hoje, os titulares da SSO e
das secretarias estadual e municipal do ambiente se reúnem
para formalizar o calendário de fechamento. A usina
deve virar parque.
MARIANA VIVEIROS
da Folha de S.Paulo
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