Criticadas pela falta de ações
preventivas junto aos moradores de rua do centro de São
Paulo, vítimas de atos de violência na semana
passada, as administrações Marta Suplicy (PT)
e Geraldo Alckmin (PSDB) anunciaram ontem programas de requalificação
profissional e de integração em frentes de trabalho.
As ações, num primeiro momento, só vão
beneficiar 1.000 pessoas -o que representa cerca de 10% dos
10.394 moradores de rua da capital paulista.
A prefeitura paulistana está concluindo um cadastro
de 500 pessoas que vão receber, a partir da próxima
semana, uma bolsa-transporte-emprego -um bilhete único
com crédito de R$ 51 para participar de palestras de
orientação com psicólogos.
Requalificação
O projeto, que conta com apoio do Conselho Regional
de Psicologia, "quer recuperar habilidades perdidas com
anos de desemprego e abandono social", nas palavras do
secretário municipal do Desenvolvimento, Trabalho e
Solidariedade, Márcio Pochmann.
Os participantes do programa aprenderão a se portar
numa entrevista de emprego e receberão dicas de como
se requalificar. Também vão receber uma bolsa
mensal de R$ 315 enquanto participarem das atividades, até
um limite de nove meses.
A idéia para os próximos meses é ampliar
a ação para outros 1.300 moradores de rua que
já passaram por cursos da prefeitura.
Já o governo estadual está oferecendo 500 vagas
em frentes de trabalho para moradores de rua de São
Paulo cadastrados em entidades religiosas.
Os inscritos receberão um salário mensal de
R$ 280 por até nove meses, além de participarem
de programas de capacitação.
"Eles farão principalmente serviços de
jardinagem e de limpeza de parques", afirma a secretária
estadual de Assistência Social, Maria Helena Castro.
Ainda ontem o Estado ofereceu à prefeitura mais de
100 vagas em hospitais para alocar moradores de rua que sofrem
de doenças mentais ou que tenham algum tipo de dependência
química.
FABIO SCHIVARTCHE
da Folha de S.Paulo
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