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Com dificuldades financeiras,
a administração José Serra (PSDB) prepara
projeto para que a manutenção dos 21 CEUs (Centros
Educacionais Unificados) seja feita por meio de financiamento
externo e de empresas particulares.
Técnicos estão procurando executivos de grandes
corporações e de bancos internacionais para negociar
parcerias. Avaliam até a possibilidade de alugar os prédios
para faculdades particulares no período noturno -quando
os "escolões" ficam vazios.
A idéia integra o ajuste de gastos programado pela Secretaria
da Educação, que prevê ainda a diminuição
do número de coordenadorias da pasta de 31 para 13 e
o corte de 280 cargos de confiança.
Segundo o secretário da Educação, José
Aristodemo Pinotti, a prefeitura vai tentar encampar o projeto
Fábricas de Cultura, uma parceria que já funciona
entre o governo do Estado e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
No caso da prefeitura, o financiamento seria usado integralmente
na sua manutenção.
Segundo Pinotti, o custo anual de cada CEU gira em torno de
R$ 9 milhões. "É muito dinheiro. Dá
para construir cinco escolas", diz.
A gestão Marta Suplicy (PT) afirmava que o custo anual
de cada CEU era de R$ 6 milhões.
O projeto para a inclusão dos CEUs no Fábricas
de Cultura deve ser elaborado em parceria com a USP (Universidade
de São Paulo) e enviado aos financiadores em um mês.
O Estado já obteve US$ 20 milhões do BID e, como
contrapartida, terá de desembolsar US$ 10 milhões.
O programa prevê a criação de espaços
culturais na periferia para a promoção de inclusão
social.
Ele justificou a redução das coordenadorias de
ensino dizendo que o Estado tem 13 delas, o que pode ajudar
"num maior entrosamento" entre os governos.
Assim como vêm fazendo diversos secretários do
prefeito José Serra, o titular da Educação
sustenta que está gastando os primeiros dias para "apagar
fogueiras", numa referência às dívidas
da prefeitura. Segundo ele, algumas liberações
já foram feitas, como o repasse de R$ 11 milhões
para as creches conveniadas.
Pinotti afirma que o pagamento das empresas de limpeza e de
segurança dos CEUs, que estava atrasado e motivou paralisações,
foi retomado. Os uniformes e o material escolar gratuitos para
os alunos da rede, porém, atrasarão. Saúde
Assim como a Educação, a Secretaria da Saúde
também quer financiamento externo para seus projetos.
Ontem, Serra e o secretário Claudio Lottenberg se reuniram
com representantes do Bird (Banco Mundial). De acordo com
Lottenberg, as conversas com o banco ainda são preliminares.
FABIO SCHIVARTCHE
CONRADO CORSALETTE
da Folha de S. Paulo
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