Há 120 anos, não houve
festa. A Santa Casa da capital paulista abriu em 1884 as portas
do prédio que ocupa até hoje, no centro da cidade,
mas, à época, não veio ninguém.
Nem d. Pedro 2º apareceu --teria ficado chateado por
ter lançado a pedra fundamental do edifício
em um local em que este não foi construído.
A pedra, por sinal, está até hoje desaparecida.
A instituição filantrópica faz uma sessão
solene hoje pelo aniversário do seu hospital central,
mas para "passar o chapéu". A Santa Casa
acumula uma dívida de R$ 18 milhões e discute
cortes no atendimento por causa do déficit R$ 2,6 milhões/mês.
Precisa também, urgente, de intervenções
no setores de oncologia e de exames de imagem.
Com os problemas financeiros, questões como o "sumiço"
da pedra ficam de lado, por enquanto. Só uma arqueólogo
poderia resolver o mistério, afirma o mordomo do hospital
central --médico responsável zelar pela ala--,
Quirino Ferreira Neto. "Ninguém sabe onde está."
A pedra foi enterrada pela primeira vez em outubro de 1878,
em um terreno doado no Bexiga (região central de São
Paulo), com a presença do imperador.
Logo verificou-se que o local era inadequado, por ser muito
íngreme e em razão do mau cheiro de um matadouro.
Outra área foi doada, a atual, a pedra foi desenterrada
e seguiu de padiola para o local. Nunca mais foi vista. Foi
erguido então o edifício em estilo gótico,
projetado pelo arquiteto italiano Luiz Pucci, o do museu do
Ipiranga, na zona sul. Após dois anos de obras, hoje
também será reaberta ao público a capela
do hospital.
As informações são da Folha de S.Paulo.
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