Os adolescentes
que estudam para provas de escola e as pessoas preocupadas com
os lapsos senis podem agora recorrer a um grande número
de videogames de ajuda ao cérebro, como o Brain Age,
da Nintendo; aos quebra-cabeças que ajudariam a evitar
a demência, como o Sudoku; às palavras cruzadas;
e às dicas on-line que pretendem treinar o cérebro.
O mercado de softwares para o treinamento do cérebro
atingiu US$ 225 milhões de faturamento em 2007, segundo
um relatório da SharpBrains publicado no começo
deste ano, ou US$ 100 milhões a mais do que a cifra
registrada em 2005.
Tela do Lumosity.com, que tem jogos para exercitar a mente,
com versão de testes gratuita; mercado atinge US$ 225
milhões
Para Alvaro Fernandez, diretor-executivo e co-fundador da
empresa, que faz análises de mercado, "o segmento
do treinamento de cérebro viveu um momento de virada
em 2007 devido ao fato de a geração "baby
boomer" (nascidos depois da Segunda Guerra) estar chegando
aos 60 anos de idade".
Muitos dos integrantes dessa geração viram
seus pais enfrentarem o mal de Alzheimer e, segundo estimativas,
10 milhões deles devem agora sofrer dessa doença,
afirmou um relatório divulgado recentemente pela Associação
do Alzheimer.
Prevenção
"As pessoas estão preocupadas", disse John
Hart Jr., diretor de ciências médicas do Centro
para a Saúde Cerebral da Universidade do Texas em Dallas.
Segundo ele, há "indícios razoáveis"
de que desafiar o cérebro ao aprender coisas novas
é algo capaz de evitar o declínio nas capacidades
cognitivas que acompanha o envelhecimento.
Mas, segundo ele, não há nenhum "exercício
mental" que funcionaria para todo mundo. Mesmo assim,
a Posit Science diz que seus softwares ajudarão as
pessoas a "pensar mais rápido, concentrar-se melhor
e lembrar-se das coisas com mais facilidade".
Apesar de alguns produtos terem garantias, tais como o Cogmed
Working Memory Training, voltado para crianças e adultos
com déficit de atenção, muitos dos jogos
não as possuem, disse Fernandez.
Melhoras
Alguns usuários afirmaram ter sentido melhoras.
Sarah Schultz, 67, de Knoxville (Maryland), afirmou que consegue
raciocinar mais rápido por causa do Lumosity, um programa
de treinamento cerebral on-line que promete "melhorar
a performance cognitiva e maximizar a saúde mental
por meio de jogos divertidos e interessantes". "Hoje
eu me sinto mais ligada", diz ela. "Isso me ajudou
a lembrar das coisas, de listas, nomes, rostos. O site realmente
ajuda."
Mesmo adolescentes em época de provas começaram
a recorrer aos exercícios para o cérebro. Raemon
Matthews, professor de história em Nova York, usa algumas
das técnicas em suas aulas e disse ter percebido diferença
no desempenho de seus alunos.
"As crianças do século 21 são pessoas
de 30 segundos. Não se consegue reter a atenção
delas por mais de 30 segundos. Elas sentem-se frustradas e
acreditam serem incapazes de compreender aquilo." A SharpBrains
calcula que o mercado para os consumidores com menos de 12
anos de idade girou US$ 60 milhões em 2007, em sua
maior parte com crianças portadoras de algum tipo de
deficiência.
Para 2015, a empresa estima que o mercado total de softwares
de treinamento do cérebro chegue a US$ 2 bilhões
nos EUA.
Megan K. Scott
da Associated Press, em Nova York
Tradução de Rodrigp Campos Castro
Folha Online
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