Estamos acostumados a analisar as
fragilidades brasileiras pelos indicadores econômicos
como exportação, inflação, portos,
estradas, energia, empregos, e por aí vai. Isso é
o que vemos todos os dias nas manchetes de jornais. Que tal
se agregássemos como indicador a qualificação
do professor? Parece estranho, admito. Mas não deveria
ser.
Não deveria ser porque uma nação civilizada
se constrói em parte com a democratização
do conhecimento. O que implica boas escolas públicas
e, por conseqüência, bons professores. A idéia
é simples, óbvia, mas ainda não entrou
em nossa agenda. Pesquisa da Unesco, que acaba de ser lançada,
mostra que a maioria dos professores não lê livros,
jornais, não acessa internet, não vai a cinema
ou ao teatro. Ou seja, são desinformados. Logo, eles
têm dificuldade de serem bons professores. Não
são culpados disso, claro. São vítimas.
Se não salvarmos os professores --e isso significa
além da formação permanente apoio para
que tenham acesso facilitado a bens culturais-- não
vamos salvar o Brasil de um futuro socialmente frágil.
Esta coluna é publicada originalmente
na Folha Online, na editoria Pensata.
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