É impossível entender
a força de Lula sem deixar de se debruçar sobre
os estudos mostrando como as camadas mais pobres no país
estão, desde 2000, aumentando sua renda --é
muito maior do que mesmo os mais experientes políticos
supunham e, por isso, apostavam na derrocada do presidente
a partir as denúncias de corrupção.
O mistério se desfaz a partir de contas dos economistas
Ricardo Paes e Barros, do IPEA, e Marcelo Neri, da FGV , avalizadas
por Luiz Mendonça de Barros, um dos principais consultores
de Geraldo Alckmin. Os números mostram, com nitidez,
que a combinação de distribuição
de renda com crescimento econômico tem levado a população
mais pobre a experimentar um gosto de China --ou seja, sua
renda está crescendo acima dos 8% ao ano, graças
a uma série de medidas como as bolsas, aumento do mínimo,
baixo aumento do preço dos alimentos.
Goste-se ou não do Lula ou do PT, considere-se ou
não que tais benefícios já vinham da
Era FHC, o fato é que o presidente se mantém
firme e forte não é porque ele seja nordestino,
viva no palanque, fale a linguagem do povo. Mas porque os
mais pobres estão dizendo que sua vida melhorou como
só se via no auge do Real. Se é sustentável
essa melhora e se poderia ser melhor, é outra discussão.
O PT errou no passado porque desprezou a força do
Real -- assim como o PSDB parece que está errando ao
apostar que, como o crescimento médio é ruim
( e é mesmo), os pobres estão perdendo.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, editoria Pensata.
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