Há um bom lugar reservado
para Fernando Henrique Cardoso na história. Sua gestão
foi feita muito mais de acertos do que erros. Foi um dos arquitetos
de um plano que debelou a inflação, o que por
si só já faria qualquer um entrar na história.
Ajudou a lançar normas para coibir abusos públicos
(a Lei de Responsabilidade Fiscal). Durante sua gestão,
a educação brasileira evoluiu em vários
níveis.
Até mesmo muitos de seus adversários reconhecem,
em maior ou menor grau, alguns desses avanços. Ele
tem tudo, portanto, para ser uma referência para todo
o país, por aliar experiência pública
e vivência acadêmica, espécie rara, raríssima
no país.
Há sinais, porém, de que eles não está
compreendendo o papel importante que está à
sua disposição, fazendo ataques ao PT num tom
que levanta suspeitas de motivação eleitoral.
Fala-se que ele seria, de novo, candidato. Falta-lhe humildade
para perceber que seu tempo em Brasília já passou.
Seria melhor para sua biografia e para o país que
FHC tivesse consciência de que ele é, no Brasil,
um personagem valioso, singular, e não deveria sacrificar
seu mais importante cargo: o de principal formador de opinião
nacional.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, na editoria Pensata.
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