Pesquisas
mostram que um milhão de mulheres praticam anualmente
abortos clandestinos. O resultado na clandestinidade se vê,
com dramática nitidez, no número de mulheres
que chegam aos hospitais, vítimas das péssimas
condições a que foram submetidos para interromper
a gravidez.
Ninguém em sã consciência defende o aborto,
mas a verdade é que ele existe e deve ser tratado inicialmente
como um problema educacional, ou seja, habilitando a mulher
a não ter um filho.
Isso é o ideal, mas, se por acaso, não for
possível, a pessoa deve ter o direito de interromper
a gravidez com ajuda do Poder Público.
A Igreja Católica e os evangélicos têm
todo o direito de ser contra o aborto e de convencer seus
fiéis a não praticá-lo, mas não
tem o direito de fazer disso uma política pública.
Coluna originalmente
publicada na Folha Online, na editoria Pensata.
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