Se Lula
não sucumbir à pressão da Igreja Católica
e, ainda pior, à incompetência da máquina
pública, seu governo terá dado um passo importante
no combate à miséria caso tire de papel as promessas
de ampliar o acesso a métodos anticoncepcionais.
Anunciado pelo Ministério da Saúde, o plano
deveria merecer amplo apoio da nação, por prever
mais operações de esterilização,
maior fornecimento de pílulas do dia seguinte, maior
acesso a pílulas anticoncepcionais e camisinhas.
Tudo isso vai funcionar melhor, é claro, com o envolvimento
não só dos postos de saúde e hospitais,
mas das escolas, que precisam ensinar mais e melhor os temas
ligados à reprodução humana. Esse é
o caminho para se evitarem os abortos, que, mais uma proposta
interessante do governo, não deveria ser tipificado
como crime.
Não podemos mais conviver com um milhão de abortos
clandestinos por ano e, pior, um milhão de adolescentes
que viram mães, sacrificando os estudos e, depois,
suas carreiras.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, na editoria Pensata.
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