Neurocientistas
da Universidade da Califórnia mediram a atividade cerebral
de crianças pobres, submetidas a testes de lógica,
em comparação com a de crianças ricas.
Resultado: a região do córtex pré-frontal,
relevante para solução de problemas, funciona
pior entre os mais pobres --o detalhamento dessa pesquisa
está neste
link.
Os pesquisadores comentam que o problema não é
necessariamente a pobreza, mas a falta de estímulos
(livros, brincadeiras, museus, exposições) que
as crianças sofrem em suas casas. E, com isso, deixam
de desenvolver uma área do cérebro decisiva
para que prosperem na escola e, mais tarde, no trabalho. Em
suma, fica comprometida a criatividade.
A tradução dos comentários dos cientistas
é a seguinte: a falta de oportunidades é comprometida,
em parte, desde os primeiros anos de vida.
Isso se traduz na importância da pré-escola,
a partir das creches, como substituto à escassez da
vida familiar. E também do envolvimento cada vez maior
da comunidade na criação de espaços educativos
dentro e fora da escola. O que, em resumo, significa o papel
educativo que as cidades devem assumir.
Não vejo obra mais importante que um governante no
geral e um prefeito em particular possam assumir do que mexer
no cérebro das crianças.
Coluna originalmente
publicada na Folha Online, editoria Pensata.
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