Apenas a doença do deslumbramento,
tão comum em Brasília, explica que ninguém
no alto escalão do governo federal tenha se incomodado
com a festa junina oferecida pelo presidente Lula na Granja
do Torto.
O presidente resolve dar uma festa e faz todos os seus assessores
de fantasiarem. Até aí, apesar da mediocridade
comum ao poder, nada demais. O problema é que, diante
da pergunta sobre quem entrou com o dinheiro para manter a
alegria da Corte, a resposta foi a seguinte: os amigos do
presidente fizeram uma "vaquinha".
Ou seja, para dar um festinha pública um presidente
se vê obrigado a pedir favores a amigos, certamente
empresários- afinal, ele não iria pegar dinheiro
a seus companheiros de fábrica do ABC.
Alguém deveria informá-lo que, quem dança
nesse tipo de festa, não é Lula, mas a imagem
de uma instituição, obrigada a passar o chapéu
para fins privados.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, na editoria Pensata.
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