Por muito tempo, vamos ter que nos
lembrar dessa pesquisa sobre nutrição, divulgada
pele IBGE, mostrando que não somos uma nação
de desnutridos (embora esse problema ainda afete vergonhosamente
milhões de pessoas), mas de obesos. Foi o melhor exemplo
já produzido de que se tem notícia de um equívoco
social: afinal, o governo chegou a falar em 45 milhões
de famintos ao lançar, com estardalhaço, o Fome
Zero e fazer disso uma bandeira de marketing. O cidadão
foi feito de idiota.
Se tivessem feito erro dessa magnitude em política
econômica, estaria naufragando, por exemplo, numa inflação
em disparada, fuga de dinheiro, e por aí vai. O ponto:
as políticas sociais devem seguir o mesmo rigor das
políticas econômicas.
Precisamos monitorar indicadores como desnutrição,
evasão escolar, aprendizado, abortos, mortalidade infantil,
etc, assim como monitoramos a balança comercial, o
emprego, a inflação.
Só assim sairemos da fase da idiotice de projetos
sociais, muitos dos quais amadores e ineficientes, que se
imaginam bons apenas pelas suas boas intenções.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, na editoria Pensata.
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