Com o
crescimento econômico, não vamos parar de discutir sobre a
falta de mão de obra especializada
Um ex-estudante da Poli (Escola Politécnica) da
USP está inovando a forma como 2.000 famílias
fazem compras em Nova York. É um lixo inteligente:
a máquina lê o código de barras dos produtos
que são jogados fora e, automaticamente, manda uma
mensagem ao supermercado, autorizando-o a repor a mercadoria.
Dependendo do gosto do consumidor, um visor alerta que aquele
produto é, por exemplo, transgênico, oferecendo
sugestões. O programa avisa se a embalagem é
reciclável, ajudando o usuário a organizar a
coleta seletiva.
Neto de imigrantes japoneses, Geraldo Yoshizawa, um dos responsáveis
pelo desenvolvimento do lixo inteligente, batizado de Ikan,
mora em São Paulo. Mas a inovação só
consegue, por enquanto, ser usada nos Estados Unidos. Aprendeu
informática por acaso. Queria ser engenheiro civil
para desenvolver modelos de casas populares, mas, na Poli,
acabou seduzido por microcomputadores, que, naquela época,
eram uma raridade no Brasil.
Prepare-se: no próximo ano, o debate em torno do valor
da ciência e da tecnologia estará no topo da
agenda nacional e vai entrar na plataforma dos candidatos
a presidente e governador -e vamos nos deparar com um dos
nossos maiores lixos.
Coluna publicada no jornal
Folha de S. Paulo, editoria Cotidiano.
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