FORTALEZA (CE) - Desde 2001, a comunidade
resolveu trabalhar para criar oportunidades para crianças
e adolescentes em situação de risco. Estava
formado o Conselho Nova Vida, que atua nos Conjuntos Santa
Filomena, Nova Perimetral e Palmeiras e atende a 750 pessoas
(entre jovens e adultos), desenvolvendo projeto com esporte.
Na sua maioria, adolescentes que não tiveram condições
de continuar os estudos e muito menos conseguir um espaço
no mercado de trabalho. F.R.P., 16 anos, é um exemplo
do alvo fácil que se tornam esses jovens, quando não
possuem uma estrutura familiar, orientação educacional,
assistência à saúde e alimentação
adequada.
Parou os estudos na 3ª série do ensino fundamental
e trabalha com o tio numa borracharia. Antes de conhecer o
projeto de futebol do Conselho Nova Vida, foi chamado por
um homem para ‘‘passar’’ drogas.
O colega de F.R.P., 19 anos, trabalhou como gazeteiro durante
seis anos, mas o vício do crack o afastou do emprego.
Ele confessa que já usou maconha, cola e ‘‘loló’’
e para o tratamento pelo uso do crack terá de ficar
seis meses tomando uma forte medicação e não
se expor ao sol nem ao sereno. Em comum, os dois têm
a experiência de já terem tido contato com arma
de fogo, embora não as tenham utilizado. ‘‘Um
rapaz pediu pra eu guardar lá em casa, mas nunca usei’’,
diz F.R.P.
Recomeço
As atividades da escolinha de futebol são coordenadas
pelo ex-jogador Paulo Uchôa, que convive bem de perto
com as dificuldades enfrentadas na comunidade. ‘‘Essa
região era uma das mais violentas em Fortaleza. Muita
coisa mudou, mas é um trabalho difícil. Alguns
já estão envolvidos no crime, que acho complicado
voltarem a uma vida normal’’, conta Paulo, que
já recebeu vários convites para ser treinador
de clubes de futebol, mas seu sonho é continuar orientando
os jovens do projeto.
Há cinco anos, sempre no mês de janeiro, acontecem
as Olimpíadas pela Paz, um evento que consegue, apenas
com o apoio dos moradores, reunir cerca de mil atletas de
todas as idades, em várias modalidades esportivas.
O projeto conta com a parceria da ONG Visão Mundial.
Menores
A Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) atende
uma média de 113 casos por ano de menores com porte
ilegal de arma. Nos últimos três anos, houve
um crescimento de 25%, segundo o Departamento de Polícia
Especializada. Segundo a delegada adjunta da DCA, Pavlova
Targino, a maioria dos menores que chegam à DCA possuem
pouca escolaridade, têm entre 12 e 17 anos, são
pobres e reincidentes.
As informações são
do Diário do Nordeste, de Fortaleza - CE.
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