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paraná
11/08/2004
Policiamento comunitário ainda não chegou às residências

Quatro meses após o lançamento do Policiamento Ostensivo Volante (Povo) em Londrina, no Paraná, muitos moradores dos bairros contemplados ainda não receberam a visita dos policiais militares que atuam no projeto. Criado pelo governo do Estado com o intuito de aproximar a polícia da comunidade, o Povo prevê a entrega, em cada residência, de um cartão com fotografia e número telefônico dos PMs responsáveis pela área, que podem ser acionados em caso de ocorrências ou denúncias de crimes.

Cinco bairros londrinenses entraram na primeira fase do projeto, que também foi implantado em Curitiba. Dois deles estão na Zona Norte, nos conjuntos Lindóia e Parigot de Souza 3. Os outros são os jardins Bandeirantes (zona oeste), Califórnia (zona leste) e Altos de Inglaterra (zona sul). Cada um já conta com a presença de quatro policiais, que se deslocam em duas motocicletas e uma viatura. Mas até agora, apenas estabelecimentos comerciais foram visitados pessoalmente.

''Aqui ninguém passou, eu nem sabia desse projeto no bairro'', afirmou o digitador Eduardo Pasquarelli, 50 anos, morador da Rua Serra da Canastra, no Bandeirantes. ''Viaturas eu também não vi. Quando passa, é uma vez na vida e outra na morte'', completou o filho Cristian, 27.

Residente na Rua Serra da Mantiqueira, a comerciante Lucimara Dosti, 35, disse que ouviu falar do Povo pela televisão e ficou esperando a visita de um policial. ''A idéia é boa. Nosso bairro é mais tranquilo do que outros, mas sempre tem furtos, roubos. Ontem (anteontem) mesmo suspeitamos que alguém tentou entrar na nossa casa, teria sido bom contatar um policial'', contou.

Comerciantes que já receberam a visita dos policiais elogiaram a iniciativa. Pedro dos Santos, 71, que mantém uma padaria no Bandeirantes, mostrou o cartão com foto de um policial e disse sentir cooperação e amizade entre a comunidade e a polícia. ''Eles estão sempre por perto. Outro dia tinha um malandro aqui dentro e a PM logo veio verificar'', mencionou.

No Conjunto Parigot de Souza, a comerciante Solange Gomes Rosa, 60, fez uso do cartão do policial. ''Foi quando me passaram uma nota de R$ 50 falsa. É bom ter esse atendimento mais próximo, a gente se sente mais protegida. Já me assaltaram várias vezes, apontaram arma para a minha cabeça, mas nada nos últimos meses'', observou.

De acordo com o soldado Valter Roberto dos Santos, 33, um dos responsáveis pela execução do Povo, a PM optou por principiar as visitas do projeto em todos os estabelecimentos comerciais para só depois ir às residências. ''Aqui no Bandeirantes, faltam poucas unidades de comércio. O trabalho já deu resultado, como a própria comunidade sentiu. Os elementos suspeitos começaram a se dispersar'', ressaltou.

Santos explicou que os policiais ouvem a população sobre os crimes e suspeitos observados na região, e repassam informações e sugestões para os membros da associação de bairro. ''O pessoal tem sido bem receptivo, o que garante o sucesso do projeto. É um bairro antigo, onde as pessoas têm espírito de vizinhança'', comentou. Em sua área de atuação, a maior parte dos relatos se refere ao tráfico de drogas. A prioridade dos policiais do Povo, de acordo com o soldado, não é efetuar prisões, mas eventualmente as equipes fazem autuações.


As informações são da Folha de Londrina.

 
 
 

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