Veridiana Novaes
A partir do mês que vem, o Brasil tentará atingir
os oito objetivos de desenvolvimento do milênio (ODM)
estabelecidos pela Organização das Nações
Unidas (ONU), em 2000, e subscritos por 191 países.
Entre os dias 9 e 15 de agosto, acontecerá, na capital
paulista, a Semana Nacional pela Cidadania e Solidariedade,
com a proposta de divulgar as oito metas e sensibilizar a
sociedade para as questões sociais.
Além de debates e discussões sobre como o Brasil
está trabalhando para atingir os ODMs, durante a semana
será lançada a campanha brasileira “8
jeitos de mudar o mundo”, uma iniciativa da sociedade
civil, empresas e organizações não- governamentais.
Trata-se de uma forma de mobilizar as pessoas para que cada
um produza estratégias para atingir as metas da ONU,
que devem ser cumpridas até o ano de 2015 por meio
de ações concretas dos governos e da população.
Segundo o representante do Comitê de Entidades no Combate
à Fome e pela Vida (COEP), André Spitz, a campanha
visa criar uma onda de solidariedade para multiplicar idéias
comunitárias e difundir ações já
existentes. “Queremos pressionar os governos para passar
a mensagem de que todos podemos fazer algo e tentar mudar
os graves problemas da sociedade”.
A data da semana não foi escolhida por acaso. É
a data da morte do sociólogo Hebert de Souza, o Betinho,
que dedicou parte de sua vida a causas comunitárias
e se tornou o símbolo da campanha. “Não
pretendemos fazer tudo em uma semana apenas. É só
um pontapé inicial para uma conscientização
nacional e mundial”.
Lucien Munõz, membro do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), ressalta a importância
da luta contra a pobreza: ”Com certeza o Brasil é
um dos países mais desiguais do mundo e é imprescindível
que a sociedade perceba que tem um papel fundamental no combate
a essa diferença social“.
“São questões, às vezes, muito
simples de serem resolvidas. Só basta o mínimo
de investimento e informação”, relata
Marielza Oliveira, também integrante do PNUD.
Conforme uma pesquisa feita pela agência publicitária
McCann- Ericksson, responsável pela criação
da campanha, as pessoas desacreditam que possam ou devam fazer
algo para transformar os problemas que as cercam. “É
preciso desmistificar a idéia de que as soluções
dependem apenas dos políticos. Por isso, buscamos passar
a mensagem de uma forma simples e próxima. Desejamos
que os ODM caiam na “boca do povo”. Se todos fizerem
aquilo que podem, definitivamente, teríamos um país
muito mais humano”, disse Precival Caropreso, da McCann.
De acordo com o presidente do Instituto Ethos de Empresas
e Responsabilidade Social, Oded Grajew, o Brasil é
pioneiro nesse tipo de iniciativa e tem condições
de ser uma liderança ética mundial. “É
preocupante o que está acontecendo no planeta. A idéia
de um mundo melhor tem que ser abraçada por todos”.
A mensagem dos “8 jeitos de mudar o mundo” vai
ser divulgada em comercias de TV, sacolinhas de supermercados
e outdoors. “Haverá material em toda parte. Nossa
pretensão é que os veículos de comunicação
se tornem agentes socais, peças fundamentais para alertar
a sociedade.”, ressalta Caropreso.
Os 8 objetivos:
1- Erradicar a extrema pobreza e a fome
2- Atingir o ensino básico universal
3- Promover a igualdade de gênero e a autonomia das
mulheres
4- Reduzir a mortalidade infantil
5- Melhorar a saúde materna
6- Combater o HIV/Aids, a malária e outras doenças
7- Garantir a sustentabilidade ambiental
8- Estabelecer uma Parceria Mundial para o Desenvolvimento
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