Em cerimônia realizada no dia 17 de fevereiro em Santo André,
o governo do Estado assinou convênio com as sete prefeituras
do ABC para o desenvolvimento do Projeto Case (Centro de Atendimento
Socioeducativo). As medidas de internação e
de meio aberto (liberdade assistida e prestação
de serviços à comunidade) serão dirigidas
ao adolescente autor de ato infracional da região.
Trata-se do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC.
O projeto visa, através de um novo modelo de gestão,
principalmente a redução da reincidência.
Santo André, São Bernardo e Diadema terão
unidades para internação diferentes do modelo
atual da Febem.
Segundo a coordenadora dos trabalhos do consórcio,
Marlene Zola, as unidades serão pequenas, comportando
75 internos cada uma, selecionados por critério de
idade, compleição física e gravidade
da infração. Terão proposta de trabalho,
desenho arquitetônico e projeto pedagógico diferentes
da lógica prisional que prevalecia na unidade de Franco
da Rocha, fechada no fim de 2003.
No cronograma de trabalho, as prefeituras têm até
o final deste mês para finalizar a municipalização
do atendimento em regime de liberdade assistida. Até
maio, os projetos arquitetônico e pedagógico
devem estar prontos.
Para a psicóloga Silvia Losacco, pesquisadora do Núcleo
de Estudos e Pesquisas sobre a Criança e o Adolescente
do setor de Pós-Graduação em Serviço
Social da PUC-SP, a participação efetiva daqueles
que compõem o sistema de Justiça, os operadores
das medidas e a população local possibilitará
as decisões necessárias para a formulação
do projeto pedagógico para cada região.
Entre as atividades que fazem parte da proposta regional,
estão a criação de um núcleo de
atendimento especializado em adolescentes e o pedido para
que os juízes da Vara da Infância e Juventude
fiquem exclusivamente com esse atendimento. A Fundação
Abrinq, a PUC-SP e o Instituto São Paulo Contra a Violência
participaram das reuniões do consórcio para
definição do convênio. Um conselho administrará
o sistema com as prefeituras e o Estado. Na prática,
o órgão efetivará a municipalização
das medidas socioeducativas em meio aberto.
As informações são
da Folha de S. Paulo.
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