BRASÍLIA. Um advogado de
30 anos é o novo responsável pelo departamento
do Ministério da Justiça que cuida da classificação
dos programas exibidos pelas emissoras de TV. Há pouco
mais de duas semanas, o paulista José Eduardo Romão
substitui Mozart Rodrigues da Silva, exonerado após
determinar a reclassificação e a transferência
de horário dos programas “Cidade alerta”,
da TV Record, e “Brasil urgente”, da Band.
Romão assume o cargo com uma incumbência que
diz ser própria da filosofia do governo petista. Ele
quer democratizar as avaliações que levam à
classificação dos programas. Para isso, começou
fazendo uma análise das 18 pessoas que cuidam delas.
A intenção é qualificar os chamados classificadores
para que passem a ter um olhar mais amplo do que o tradicional.
A “nova visão”, diz Romão, tem
de ultrapassar o conceito puro e simples da idade. A comissão
formada para revisar a portaria que regula o setor está
propondo a adoção de uma ficha técnica
a ser exibida antes dos programas. A ficha anteciparia o conteúdo
e serviria de orientação aos pais.
Segundo Romão, já não se pode estabelecer
apenas a idade como critério absoluto:
"Há diferenças na formação,
por exemplo, de uma jovem do Savassi (bairro nobre de Belo
Horizonte) e de uma índia caingangue. O que é
impróprio para uma pode não ser para outra".
O modelo em debate vem acompanhado de mudanças nos
procedimentos adotados na classificação. A idéia
é fazer com que os classificadores ouçam mais
os diversos setores da sociedade, como telespectadores e representantes
das emissoras, antes de tomarem a decisão.
Nascido em Catanduva (SP), Romão trabalhou por dez
anos em Minas. Ativista de direitos humanos, ele é
professor em duas faculdades particulares de direito do Distrito
Federal.
As informações são
do jornal O Globo.
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