BRASÍLIA. O governo começa
a discutir uma fórmula jurídica que permita
o parcelamento da correção das aposentadorias
do INSS, mas a proposta do ministro da Previdência,
Amir Lando, pode esbarrar em um limite do Orçamento
deste ano. Lando é a favor de priorizar o pagamento
dos aposentados com mais de 70 anos e que tenham até
R$ 500 de atrasados para receber. Mas o pagamento a esse grupo
poderá custar R$ 3,4 bilhões e no Orçamento
deste ano do Ministério da Previdência, apenas
R$ 1 bilhão está reservado para a correção
das aposentadorias.
Numa reunião hoje com o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva e os colegas José Dirceu (Casa Civil)
e Ricardo Berzoini (Trabalho), Lando deve apresentar sua proposta.
A questão é encontrar uma solução
jurídica para viabilizá-la.
1,1 milhão de pedidos
Lando está defendendo que o governo proponha
o parcelamento dessa dívida, assim como foi feito com
a correção dos rendimentos do FGTS determinada
pela Justiça, para valores acima de R$ 500. Se a Justiça
julgar este ano todos os pedidos de correção
de aposentadorias já em curso, que superam a a marca
de 1,1 milhão, o governo terá de arcar com uma
dívida de até R$ 8 bilhões. Isso agravaria
o déficit do caixa da Previdência que, por conta
do aumento do salário-mínimo a partir de maio,
sofrerá um impacto de nada menos do que R$ 30 bilhões.
A maior parte das ações contra o INSS concentra-se
em seis estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais,
Rio Grande do Sul, Bahia e Espírito Santo. Cerca de
1,8 milhão de aposentados reivindicam correção
de 39,67% em seus benefícios. Isso significa, em média,
o pagamento de R$ 6.500 por aposentado só de atrasados,
além impor um impacto mensal nos cofres do INSS de
R$ 170 milhões.
Só em São Paulo, estima-se que sejam julgadas
25 mil ações contra o INSS por semana. A partir
da publicação da sentença, o INSS tem
prazo de 60 dias para pagar os atrasados ao aposentado. Se
o governo não conseguir negociar o parcelamento dessa
dívida, podem faltar recursos para o pagamento do restante
das aposentadorias.
As informações são
do jornal O Globo.
|