O mercado de trabalho deu sinais
de piora no início de 2004. A taxa de desemprego aumentou
para 11,7% no mês de janeiro, segundo dados divulgados
hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas).
Foi o pior resultado desde novembro do ano passado, quando
a taxa ficou em 12,2%. Em dezembro, o desemprego havia sido
de 10,9% e em janeiro do ano passado, de 11,2%.
"Em dezembro, houve uma movimentação devido
aos empregos temporários de Natal. Agora, em janeiro,
o mercado de trabalho volta para as condições
anteriores", disse o responsável pela pesquisa,
Cimar Azeredo.
Em janeiro, estimou-se em 2,4 milhões o número
de pessoas buscando trabalho nas seis regiões metropolitanas
investigadas pelo IBGE, sendo 47,5% somente em São
Paulo.
Entre os desocupados, 54,4% eram mulheres, 45,6% eram homens
e 18,6% estavam procurando o primeiro trabalho. Os jovens,
ou seja, a população com menos de 24 anos de
idade, são 46,5%.
Em relação a dezembro de 2003, o número
desocupados aumentou 6,1% e houve considerável crescimento
em quase todas as áreas analisadas. Os piores resultados
foram registrados em Belo Horizonte e São Paulo, onde
o desemprego cresceu 17,6% 8,1%, respectivamente. No Rio de
Janeiro e em Salvador, a taxa foi de 2% e, em Recife, de 3,9%.
Porto Alegre foi a única capital que apresentou queda
de 5,2%.
Temporários
Houve queda também no número de pessoas
ocupadas --ou seja, atuando no mercado de trabalho. Esse indicador
diminui 2,1%, o que significa que em apenas um mês 390
mil ficaram desempregadas. Quase metade são pessoas
que haviam conseguido trabalhos temporários no comércio
durante o período do Natal.
O número de pessoas trabalhando recuou em todas as
regiões, principalmente em Recife (-2,8%), Belo Horizonte
(-2,7%) e São Paulo (-2,4%). No entanto, em relação
a janeiro de 2003, houve aumento de 1,4%, o que representa
a criação de 253 mil postos de trabalho.
ELAINE COTTA
da Folha Online
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