Começa a funcionar hoje
em São Paulo o Banco Popular do Brasil (BPB), nova
subsidiária do Banco do Brasil para atender à
população de baixa renda. O banco vai operar
com uma rede de correspondentes bancários, instalados
em estabelecimentos comerciais como farmácias, mercados
e lojas de material de construção.
“Vamos começar pela periferia, com poucos pontos,
uns 50 nas primeiras semanas. Até fim de março,
teremos mais de 1 mil pontos em São Paulo”, prevê
o diretor de canais do BPB, Robson Rocha.
O primeiro posto a funcionar será em um pequeno mercado
na cidade de Guarulhos. Mas o banco não divulgou detalhes,
nem uma lista dos pontos e seus respectivos endereços.
Os parceiros, que são chamados de gestores de redes,
por enquanto, são NetCash, RTR, Altec e Chegue e Pague.
Segundo a gerente executiva do BPB, Fernanda Oliveira, serão
1.137 pontos em São Paulo, começando por Guarulhos
e, a seguir, chegando à região do Grande ABC
e Osasco.
Até o fim do ano, diz Rocha, o banco, que já
opera em Brasília desde o dia 12 e será inaugurado
em Recife em março, atuará em todo o território
nacional e espera atingir 1 milhão de clientes, com
6,5 mil pontos. Rocha diz que o público-alvo são
as pessoas físicas que ganham de dois a três
salários mínimos (até R$ 720), que não
têm conta bancária ou emprego formal. Elas poderão
abrir conta simplificada sem comprovar renda ou residência.
O interessado poderá abrir a conta apresentando RG,
CPF e, se não tiver residência fixa, indicando
o endereço de familiares ou até do patrão,
para correspondência. Num primeiro momento, o banco
oferecerá conta corrente simplificada, crédito
pessoal, pagamentos e recebimentos de boletos. Outras opções
como seguros, previdência e investimento estão
sendo estudadas.
Crédito barato
O cliente não poderá ter outra conta em banco.
Não pagará taxas de manutenção
da conta, com limite de movimentação de R$ 1
mil. Só depois de um mês como cliente, estará
apto a tomar crédito (empréstimos de R$ 50 a
R$ 300). “Será um crédito rotativo, pré-aprovado,
para pagar em no mínimo quatro prestações.
Começa com aprovação de R$ 50. Se a pessoa
pagar em dia, o valor dobra, até um teto de R$ 300.
Mais adiante, esse teto passa para R$ 600”, diz Rocha.
A taxa de juros é a fixada na legislação
para o microcrédito, de 2% ao mês.
SANDRA MOTTA
do Diário de S. Paulo
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