BRASÍLIA - O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome,
Patrus Ananias, defendeu ontem que as políticas de
preservação das nascentes e combate à
sede, que ele chamou de ''Sede Zero'', façam parte
das plataforma dos candidatos às eleições
municipais deste ano. Patrus participou, ao lado da ministra
do Meio Ambiente, Marina Silva, do lançamento da Campanha
da Fraternidade 2004 da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB), cujo tema é: ''Água, Fonte
da Vida''.
"Precisamos unir os nossos esforços à
CNBB para que tenhamos um país sem fome e sem sede",
reforçou o ministro.
Patrus garantiu que vai lutar para que esse debate esteja
presente nas plataformas de campanha de todos os candidatos
petistas e de partidos aliados. Acrescentou que, após
a promulgação da Constituição
de 1988, os municípios ganharam força, autonomia
e importância no cenário nacional. Também
cobrou uma atuação solidária de todos
os entes federativos para corrigir os contrastes sociais do
Brasil
"A construção de um grande país
é opção do povo. É algo que não
cai do céu, é uma obra compartilhada. Ninguém
resolve tudo sozinho. Os recursos são escassos e as
necessidades, ilimitadas", lembrou.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, citou as políticas
que vêm sendo desenvolvidas por sua pasta para amenizar
o problema da escassez de água no Brasil. Destacou
os esforços empreendidos no âmbito da política
nacional de recursos hídricos, como a construção
de um milhão de cisternas e o Projeto Água Doce,
voltado para o atendimento das famílias do semi-árido
nordestino.
"Queremos fazer esse trabalho em bases sustentáveis
no campo econômico, cultural, social e ético",
disse Marina.
A ministra lembrou a definição da Organização
Mundial de Saúde (OMS) de que toda pessoa deve ter
acesso a pelo menos 40 litros de água por dia. Admitiu
que, mesmo com a construção das cisternas pelo
interior do Brasil, essa relação continua baixa
- apenas 10 litros/dia por pessoa, o suficiente para comer
e tomar banho.
"Vamos envolver toda a sociedade na discussão
desse tema tão complexo e, ao mesmo tempo, tão
necessário para a preservação da vida
no planeta", frisou Marina.
O secretário-geral da Confederação Nacional
dos Bispos do Brasil, don Odilo Scherer, lembrou que a intenção
da Campanha da Fraternidade é estimular o espírito
comunitário e fraterno dos brasileiros em prol do bem
comum da sociedade. Serão veiculados spots da campanha
nos rádios e emissoras de TV, além da distribuição
de folhetos e folders nas 267 dioceses e cerca de 10 mil paróquias
espalhadas em todo Brasil. A campanha se encerra no Domingo
de Ramos - uma semana antes da Páscoa.
"Temos a necessidade de desenvolver políticas
públicas para garantir o zelo com este bem tão
precioso: a água", cobrou don Odilo.
As informações são
do Jornal do Brasil.
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