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economia
01/04/2004
Consumo das famílias encolheu R$ 25,8 bi

Os brasileiros consumiram, no ano passado, R$ 25,8 bilhões a menos do que em 2002. Em termos reais, o consumo das famílias, que pode ser considerado um bom indicador de como varia o padrão de vida da população, caiu 3,3%. Foi a maior baixa desde que o IBGE começou a pesquisar esse dado, em 1990.

No mesmo período, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita -soma dos bens e serviços finais produzidos no país dividida pela população- registrou queda de 1,5%, indo para R$ 8.565.

Segundo o IBGE, o PIB brasileiro foi de R$ 1,515 trilhão em 2003. Em 2002, havia ficado em R$ 1,346 trilhão, em valores da época. A participação do consumo das famílias, que era de 58,03% do PIB em 2002, caiu para 56,93%.

Para especialistas ouvidos pela Folha, a redução real do PIB per capita reflete em grande parte a queda do consumo das famílias, componente de maior peso na composição do indicador.

"O consumo das famílias é o componente que dá a tendência do PIB. É o que tem mais peso", disse Roberto Olindo, gerente das Contas Nacionais do IBGE.

De acordo com Alex Agostini, da consultoria Global Invest, a renda dos trabalhadores está em queda e não estimula o consumo, o que, por sua vez, não resulta em aumento da produção.

"A produção não está acompanhando o crescimento vegetativo [da população brasileira], que vem se expandindo, em média, 1,3% ao ano", disse ele.

Mário Mesquita, economista-chefe do banco ABN Amro, disse que o ajuste externo feito nos últimos dois anos, aliado ao aumento do superávit primário e a uma política monetária rígida, "acabou por comprimir o consumo doméstico". Segundo Mesquita, "esse é o lado ruim do ajuste".

Parte da produção que deixou de ser absorvida pelo mercado interno foi desviada para as exportações. Com isso, o peso das vendas externas no PIB atingiu 16,9% em 2003, contra os 15,5% de 2002.

O setor econômico que mais ganhou espaço foi a agropecuária. Seu peso subiu de 8,7% em 2002 para 10,2% em 2003. A indústria passou de 38,3% do PIB para 38,7%. O setor de serviços encolheu de 59,2% para 56,7%.


PEDRO SOARES
da Folha de S.Paulo

   
 
 
 

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