SÃO
PAULO. Os bancos estão cobrando até R$ 15 pela
Transferência Eletrônica Disponível (TED),
de uso obrigatório desde o dia 18 de fevereiro na transferência
de valores iguais ou superiores a R$ 5 mil entre instituições
financeiras. Antes a operação era feita pelo
tradicional Documento de Ordem de Crédito (DOC-C).
O custo da TED varia de R$ 8, no Banco do Nordeste, a R$ 15,
no Banco do Brasil (BB) — que tem o preço mais
alto para o serviço entre 20 bancos.
A TED está sendo cobrada apesar de o Banco Central
(BC) vir aconselhando os bancos a incentivarem o uso das transferências
eletrônicas — que as instituições
sempre alegaram ser mais baratas do que as operações
em papel.
Na maior parte dos bancos, os valores cobrados pela TED e
pelo mecanismo tradicional chegam a ser idênticos. Isso
apesar de os especialistas alertarem que o custo do meio eletrônico
para as instituições não é superior
a R$ 1.
Apenas listando os maiores bancos, têm tabelas iguais
BB (R$ 15), Bradesco (R$ 9,80) e Itaú, Caixa, Sudameris
e Banerj (R$ 10). No Unibanco, a TED sai a R$ 10,40 e o DOC,
a R$ 10,90, e no Real, a R$ 9,50 e R$ 11, respectivamente.
No HSBC, o meio eletrônico custa R$ 10,80 e o tradicional,
R$ 11,50.
Concorrência e volume de operações
As tarifas, pesquisadas pelo Globo Online, são
informadas ao BC por todos os bancos. Há opções
mais baratas se o cliente fizer a operação pela
internet ou se for cliente especial.
Segundo a assessoria do Banco do Brasil, a tarifa de R$ 15
só é cobrada de quem não tem conta no
banco. Quem é correntista paga R$ 9. Procurada para
comentar o preço da tarifa, a Federação
Brasileira das Associações de Bancos (Febraban)
informou que o assunto deveria ser tratado com a Câmara
Interbancária de Pagamentos (CIP). Procurada, a CIP
informou que o assunto deveria ser tratado com a Febraban.
O consultor Erivelto Rodrigues, da Austin Asis, especializada
na análise de instituições financeiras,
diz que o valor das tarifas está exagerado. Segundo
ele, os preços estão muito acima do custo que
o banco tem para efetuar a TED, que é de apenas R$
1:
"O custo de uma transação por TED é
infinitamente menor".
Os bancos estão livres para fixar o valor das tarifas.
Como vigora o livre mercado, cabe ao consumidor escolher quem
vai lhe prestar o serviço. Porém, segundo analistas,
o problema é que praticamente não há
concorrência entre os bancos na cesta de tarifas oferecida.
Alberto Borges Mathias, da USP, lembra ainda que, apesar
de ter tecnologia bancária sofisticada, o Brasil não
tem volume suficiente de transações, especialmente
na área de crédito, o que eleva os custos.
As informações são
do O Globo.
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