RIO -
Em seu programa quinzenal de rádio, “Café
com o presidente”, que foi ao ar nesta segunda-feira,
o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em entrevista
gravada em São Bernardo do Campo no domingo, que gostaria
de ter se decidido por um salário-mínimo de
R$ 300 e não de R$ 260, como passou a vigorar a partir
de 1º de maio. Ele acrescentou que o valor poderia até
ser de R$ 450 para a iniciativa privada, "porque muitas
empresas já pagam isso ou mais do que isso". O
presidente explicou, porém, que o rombo nas contas
da Previdência impede a decretação de
um mínimo maior.
"Qual é o nosso problema ao decretarmos o salário-mínimo?
É o rombo da Previdência Social, ou seja, nós
temos este ano um déficit de R$ 31 bilhões e
nós vamos consertar isso ao longo do tempo. Foi por
isso que nós fizemos a reforma da Previdência
Social para corrigir esse rombo que a Previdência tem.
Além disso, a Previdência tem um passivo de R$
200 bilhões, ou seja, pessoas que não concordam
com alguma contribuição que têm que pagar
para a Previdência e, ao invés de pagar,entram
na Justiça e, portanto, a Previdência fica com
R$ 200 bilhões para receber e não recebe. E
isso faz com que o caixa da Previdência não tenha
o dinheiro que nós gostaríamos que tivesse para
dar um aumento de salário mínimo maior",
afirmou.
Lula disse que dar um salário-mínimo maior
do que R$ 260 seria uma irresponsabilidade no atual momento
do país. Além da preocupação com
o pagamento dos aposentados e pensionistas, há, segundo
ele, a intenção de reservar algum dinheiro para
investimentos em habitação e saneamento básico
e para a geração de empregos.
"Nós temos consciência de que o salário-mínimo
é pequeno, sabemos que é preciso que o povo
tenha um pouco mais e nós tentamos resolver isso aumentando
o salário-família. Por quê? Porque nós
queremos privilegiar a pessoa em função das
suas necessidades, afinal de contas, aqueles que têm
filhos menores de 18 anos de idade, aqueles que precisam de
mais ajuda, são aqueles que precisam ganhar um pouquinho
mais", argumentou.
O presidente, ao final do programa de rádio, tentou
transmitir otimismo aos ouvintes:
"O trabalhador pode ficar preparado que nós vamos
trabalhar o ano inteiro, o mandato inteiro, na perspectiva
de arrumar condições de fazer com que o salário-mínimo
efetivamente possa ser muito melhor do que já foi em
qualquer momento da história do Brasil e muito melhor
do que ele é agora. Agora, só podemos gastar
aquilo que temos, não podemos gastar mais para endividar
uma Previdência que só vai ser recuperada ao
longo do tempo, depois da reforma que nós fizemos".
As informações são
do Globo Online.
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