O governo
deverá anunciar na próxima quarta-feira a proposta
para pagamento da dívida com os aposentados. As regras
para o acordo serão fixadas por medida provisória
e o cenário mais provável estabelece o pagamento
imediato para quem tem até R$ 500 para receber ou mais
de 70 anos.
Pelos cálculos do governo, esse pagamento imediato
teria custo de R$ 3,5 bilhões neste ano.
O Ministério da Previdência Social e a área
econômica têm divergido sobre a forma de pagamento
e a fonte de recursos para o acerto da dívida. A intenção
é pagar um valor significativo da dívida neste
ano, como parte da "agenda positiva" do governo
para tentar abafar o escândalo Waldomiro Diniz.
O parcelamento do restante da dívida -R$ 8,9 bilhões-
seria feito até 2006, pelo cenário mais provável.
Isso significaria desembolsos de R$ 3,5 bilhões em
2004 e em 2005, além de uma última parcela de
R$ 1,9 bilhão em 2006.
Parte da dívida se refere ao período de março
de 94 a fevereiro de 97, quando o INSS não utilizou
o IRSM (Índice de Reajuste do Salário Mínimo)
de fevereiro de 94 ao calcular as aposentadorias e pensões
concedidos nos três anos. A outra parcela diz respeito
aos benefícios emitidos entre 77 e 88, pois a Previdência
não usou índices de reajuste previstos em lei.
Na medida provisória, o governo se preocupará
em deixar claro que os atrasados serão relativos apenas
aos últimos cinco anos, de acordo com o princípio
do prazo de prescrição. Há o temor que,
após a MP, ações judiciais peçam
o reajuste desde o início do pagamento a cada aposentado.
JULIANNA SOFIA
da Folha de S. Paulo, sucursal de Brasília
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