O mercado
espera mais um aumento de 0,5 ponto percentual na taxa básica
de juros da economia (Selic) em março.
Segundo o relatório Focus, divulgado semanalmente
pelo Banco Central a partir de consultas aos agentes do mercado,
o Copom (Comitê de Política Monetária)
deve elevar o juro para 19,25% ao ano na sua reunião
deste mês. Até a semana passada a previsão
era de alta para 19%.
A taxa básica da economia, a Selic, está atualmente
em 18,75%, após seis elevações consecutivas.
O aumento na previsão do juro acompanhou as projeções
para a inflação. Os analistas voltaram a elevar
a estimativa para o IPCA (Índice de Preços ao
Consumidor Amplo) deste ano, de 5,68% para 5,72%, índice
acima da meta ajustada do BC, que é de 5,1%.
No boletim anterior, divulgado após a ata da reunião
do Copom de fevereiro, a projeção para o IPCA
fechado do ano havia recuado, de 5,70% para 5,68%.
Aumentaram também as previsões do IPCA para
março, de 0,45% para 0,55%. Entretanto, houve uma pequena
redução na estimativa do IGP-M (Índice
Geral de Preços do Mercado), da Fundação
Getúlio Vargas, de 0,45% para 0,43%. Para o IPC (Índice
de Preços ao Consumidor), da Fipe, a previsão
de taxa para este mês passou de 0,35% para 0,56%.
Em São Paulo, vai pesar na inflação
de março o reajuste de 17,6% promovido na tarifa de
ônibus municipal passou de R$ 1,70 para R$ 2, o que
terá impacto também no IPCA do IBGE.
Outro fator que deve influenciar a inflação
deste ano é um possível aumento do preço
do aço. A Vale do Rio Doce, uma das maiores mineradoras
do mundo, reajustou o preço do minério de ferro
utilizado na fabricação do aço em mais
de 70%.
Com isso, o aço produzido pelas siderúrgicas
a partir desse minério vai ficar mais caro, e esse
custo extra pode ser repassado para o restante da cadeia produtiva.
As previsões dos demais indicadores apontaram pouca
alteração em relação a última
semana. O mercado promoveu pequena redução na
estimativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto),
de 3,70% para 3,69%, e manteve em 4,63% a projeção
de expansão na produção industrial.
Em relação ao comércio exterior, os
analistas prevêem um superávit comercial saldo
positivo entre exportações e importações
de US$ 27,09 bilhões, levemente acima da estimativa
anterior (R$ 27 bilhões). O dólar deve chegar
ao final do ano em R$ 2,80, mesma projeção da
semana anterior.
IVONE PORTES
da Folha Online
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